Capítulo 45

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Anastasia

Eu estou tão feliz em como as coisas vem acontecendo. Os meus pais enfim se reconciliaram e o meu pai se mudou para Boston definitivamente, voltando a cada quinze dias para Nova York para trabalhar na empresa.

Os meus pais voltaram a ser como eram antes e isso me deixa muito radiante. Por mais que a minha mãe sempre tenha deixado claro que nada do que aconteceu entre eles era diretamente por minha causa, eu acho que não seria capaz de me perdoar pela separação, eu estava sentindo que eu tinha destruído a nossa família, que sempre foi muito unida.

O Ethan está trabalhando na empresa com o meu pai e com o Carrick, agora ele é um dos advogados da empresa. Meu irmão tem vindo a Boston com mais frequência desde que cheguei na reta final da gravidez.

Respiro fundo enquanto termino de guardar as roupinhas da minha bebê.

A partir de agora ela pode decidir nascer a qualquer momento e eu estou tão ansiosa pra isso. Quero ver logo o rostinho da minha filha.

Acaricio a minha barriga enorme. Ela já não se mexe tanto quanto antes, mas a doutora Claire disse que é totalmente normal nessa fase, ela já está grande demais e tem pouco espaço.

— Ana, já terminou de arrumar tudo? — a Eva entra no quarto. — Precisa de ajuda? Você sabe que não pode ficar fazendo esforço nessa reta final.

— Não é esforço nenhum, Eva. Eu gosto de arrumar as coisinhas dela, você sabe.

Eva se aproxima e acaricia a minha barriga.

— Eu estou tão ansiosa. — digo sorrindo.

— Ela vai ser linda, aposto. — ela sorri e beija a minha bochecha.

— Ela vai ser perfeita.

***

Enquanto meus pais conversam entre si eu reencosto a cabeça no encosto do sofá enquanto acaricio a minha barriga. Está mais rígida e eu estou sentindo um leve incômodo desde hoje mais cedo.

Fecho os olhos e respiro fundo.

— Tudo bem, Ana? — a minha mãe pergunta.

Abro os olhos e olho para os meus pais.

— Só estou me sentindo estranha. — ela se levanta e senta do meu lado. As mãos apalpam a minha barriga.

— Está tudo bem, nessa fase é normal. Você só precisa descansar um pouco e nós precisamos observar os próximos sinais.

— Não é melhor ir ao hospital?

— Não é pra tanto, Raymond. Anastasia pode estar tendo contrações de treinamento ou só estar entrando em trabalho de parto. Melhor esperarmos um pouco.

— Só Carla? E você diz assim?

— Raymond, não exagere. Eu tive dois filhos, sei muito bem o que estou dizendo. — minha mãe me ajuda a levantar. — Melhor você deitar e tentar dormir. Precisa descansar.

***

Abro os olhos sentindo a minha calça moletom molhada entre as pernas. Me sento na cama e acendo a luz do abajur.

Minha bolsa estourou.

Sinto uma dor fina, me curvo na cama e mordo o meu lábio inferior.

Quando a dor enfim passa eu volto a me sentar na cama.

Puxo o meu celular para ver as horas.

Nove e meia da noite.

Me levanto e lentamente vou para a sala, onde os meus pais ainda estão conversando.

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