Capítulo 37

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Anastasia


      Abro os olhos e pisco tentando me acostumar com a claridade.

O barulho do monitor com o meu batimento cardíaco me faz deduzir que eu estou em um hospital.

Eu viro o rosto. A minha mãe está sentada.

— Mãe. — eu sussurro, ela olha pra mim.

— Ana. — minha mãe se levanta da poltrona e segura a minha mão. — Tudo bem, está tudo bem.

A minha mãe se inclina e aperta um botão. Ela acaricia os meus cabelos.

— Que susto você me deu, Ana. — ela beija a minha testa.

Como eu vim parar aqui?
O que aconteceu?

— O que aconteceu? — eu pergunto tentando entender. Eu só me lembro da cólica e da minha visão ficando turva.

— Você desmaiou, estava sangrando, eu fiquei desesperada. — ela respira fundo. — O Ethan e eu viemos o mais rápido possível.

Não demora e uma senhora de jaleco branco que parece ter por volta de cinquenta anos, entra no quarto.

— Boa noite. — ela sorri. — Sou a doutora Greene e estou acompanhando o seu caso, Anastasia.

— Greene! — elas se cumprimentam
com dois beijos na bochecha.

— Bom, o que temos aqui... — ela lê o meu prontuário minuciosamente.

— Está tudo bem com o bebê? — a minha mãe pergunta, sua voz demonstrando muita preocupação.

— Administramos uma medicação intravenosa. A princípio nós conseguimos controlar o sangramento, mas vamos precisar de um exame para ter certeza que está tudo bem com o colo do útero e consequentemente com o feto.

A minha mãe concorda.

Ainda estou um pouco atônica, as únicas coisas que eu me recordo são da dor e da minha mãe gritando o meu nome.

A doutora Greene coloca as luvas. Ela puxa o aparelho para mais perto.

— Querida, vai ser um pouco desconfortável no primeiro momento, mas é necessário. Preciso ver se está tudo como eu imagino que esteja.

Ela afasta a roupa de hospital e insere a sonda envolta em um preservativo em mim.

A minha mãe segura a minha mão, seu olhar me passando confiança.

A doutora mexe em alguns botões e então alguns borrões aparecem na tela do aparelho.

A doutora Greene e a minha mãe olham atentamente para a tela. Mamãe sorri, relaxando os ombros.

— Está tudo bem com o bebê. Não há deslocamento de placenta ou qualquer coisa que fuja da normalidade, tudo está como deveria. — ela diz sorrindo.

E eu não sei como reagir a isso.

Significa que está tudo bem com esse bebê.
Mas isso é bom?

— Quer ouvir o coração?

Eu olho para a minha mãe, ela sorri. Volto a olhar para a tela do aparelho e concordo, ainda hesitando.

Fecho os olhos e viro o rosto, chorando em silêncio.

Eu não tenho coragem de ver.

E não demora até que o som preencha o quarto.

Tum-tum, tum-tum...

O som é forte e contínuo.

— O seu bebê, Ana. — mamãe diz sorrindo.

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