Capítulo 32

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Anastásia

Eu prendo os cabelos e faço o meu caminho para a sala.

Hoje eu estou mais ansiosa do que de costume, a minha mãe me deu uma semana para criar coragem e contar ao meu pai sobre tudo. E esse prazo termina exatamente hoje.

Me sento no sofá e esfrego o rosto.

Eu não sei o que fazer agora.

Eu só queria sumir, eu não consigo mais ser eu mesma, eu só penso sobre essa gravidez e sobre o quanto eu não quero esse bebê.
Eu quero voltar a minha vida de antes e esquecer tudo isso. Mas esses enjoos e essa ansiedade não me deixam esquecer tudo.

Eu não queria ser mãe agora, eu não quero ser mãe agora. Não me sinto pronta, eu sou jovem demais, inexperiente demais.

— Tudo bem? — levanto o rosto quando ouço a voz da Eva.

— Oi, Eva.

Eva se senta no sofá a minha frente. Ela sorri e demora um tempo até começar a falar.

— Você sabe que desde sempre eu te ajudo a limpar o seu quarto, a organizar as suas roupas... E ontem, eu fiz tudo como sempre, mas... — Eva enfia a mão no bolso. — Eu encontrei isso nas suas coisas. — é um dos meus testes de gravidez.
Eu escondi na minha gaveta, por medo de jogar fora e o meu pai ou o meu irmão acabarem encontrando de alguma forma.

Abaixo a cabeça.

— Você está grávida, querida?

Concordo sem olhar pra ela.

Eva se levanta e senta ao meu lado.

— Ana. — Eva segura o meu queixo e me faz olhar nos seus olhos. — Você é como uma filha pra mim, a filha que eu não pude ter, você sabe disso, não sabe?

Concordo.

— Eu te vi nascer, te vi crescer, se tornar uma mulher. Pode contar com o meu apoio, querida.

— Estou com medo, Eva.

— E o pai do bebê?

Eu viro o rosto, chorando.

— É o Christian. — sussurro.

Eu não preciso olhar para a Eva para ter certeza de que ela está de olhos arregalados.

— Ana... Eu não sabia que vocês estavam namorando.

— Nós não estávamos. Ele me enganou. — Dói só de lembrar.

— Eu sinto muito, querida.

— Vou contar pro meu pai hoje.

— Vai ficar tudo bem, Ana. Uma gravidez não planejada não é o fim do mundo. — Eva sorri de forma terna.

Mas isso é mais do que uma gravidez não planejada. É um filho do Christian. E eu não quero essa gravidez. Não quero esse bebê.

***

Os meus pais estão na sala, a minha mãe logo percebe o que vai acontecer quando eu entro na sala. Ela se endireita ao lado do meu pai, ela beija o ombro dele, e acaricia o seu braço.

— Tudo bem, querida? — meu pai tira os óculos de leitura e deixa o livro de lado.

— Pai, eu preciso falar com você. — a tensão é palpável na minha voz.

Meu pai cruza os braços e olha atentamente para mim, curioso.

A minha mãe coloca uma das mãos sobre o ombro dele.

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