Capítulo 44

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Anastasia

— Então, vamos ver como essa bebezinha está se comportando.

A doutora Claire cobre a minha barriga com o gel gelado. Ela mexe em alguns botões e logo a coisinha mais perfeita surge na tela.

A minha filha.
O meu amor.

— Olha o narizinho, Carla. — a Grace diz notoriamente emocionada.

Ela tem se esforçado ao máximo. A Grace não perdeu uma consulta sequer, desde que nos mudamos para Boston ela pega um avião dois dias antes da consulta e vem para cá. Isso significa que ela está cumprindo com o que prometeu acerca de participar da vida da minha filha. O Carrick também tem se esforçado, mas especialmente hoje ele está em uma viagem a negócios no exterior.

— Vinte dedinhos ao total. — a minha mãe diz rindo.

— A princesinha mais linda. — a Eva diz.

— Você está definitivamente na vigésima quinta semana de gestação. — a doutora sorri. — E ela é uma menina muito saudável de aproximadamente trinta e dois centímetros.

Eu olho emocionada para a tela. Parando para pensar falta pouco para eu ter a minha filha nos meus braços, e eu mal posso esperar por isso.

***

— E como você está, querida? — a Grace pergunta olhando pra mim. — E a faculdade?

Depois da consulta ela me convidou para virmos a uma cafeteria.

— Estou muito bem, Grace, já consegui voltar a estudar normalmente.

— Sabe que pode contar conosco, né? Para o que você precisar, pode contar com o nosso apoio, você de certa forma já faz parte da nossa família também. — ela diz sorrindo. — O Carry e eu estamos aqui para o que você precisar, para o que a nossa neta precisar.

— Obrigada, Grace. De verdade.

— Você não precisa agradecer por nada, Ana. É um prazer acompanhar todo esse processo, quero ver a minha neta nascer. Carry e eu estamos muito felizes com a chegada da nossa primeira neta, apesar de tudo que aconteceu eu não poderia estar mais feliz.

— Eu também estou ansiosa pro nascimento dela. — sorrio acariciando a minha barriga.

***

A campainha toca.

Eu gemo largando o pote de sorvete e me arrastando até a porta.

Como estou sozinha em casa eu preciso atender.

— Pai? — sussurro surpresa por ver o meu pai depois de tanto tempo.

Ele está diferente, mais magro e com a barba maior. Os cabelos estão maiores e mais brancos. O semblante cansado.

— Anastasia... — ele me olha de cima a baixo, os olhos pairando bem sobre a minha barriga. Estou com um vestido que evidencia bem a barriga.

— Pode entrar, pai. — digo ainda chocada por ele estar aqui.

Eu saio do caminho para que ele entre no apartamento. O meu pai enfia as mãos nos bolsos da calça e observa tudo. Fecho a porta.

Não esperava o meu pai aqui. Primeiro porque pensei que ele estava viajando pela Europa a negócios, assim como o Carrick. E segundo, por motivos óbvios, claro. Ele não nos procurou durante esses meses, sequer atendia aos meus telefonemas ou respondia aos meus e-mails ou mensagens enviadas.

— Está sozinha? — concordo.

A minha mãe saiu a um tempo para resolver alguns assuntos pendentes. E a Eva saiu para andar um pouco pela cidade.

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