Capítulo 24

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Anastásia


Eu estou mal. Realmente mal.

Muito mal.

Eu pensava que o Christian poderia me magoar de alguma forma, mesmo que o pensamento me doesse muito eu sabia que isso poderia mesmo se tornar de fato real, mas eu nunca pensei que poderia ser assim, esse tipo de decepção. Nem nos piores cenários. Eu não imaginava que poderia ser algo tão baixo, tão sujo.

Deus.

Eu me sinto enjoada só de pensar que enquanto eu estava fazendo amor, pra ele não passava de sexo com um propósito tosco por trás de tudo.

Dez mil dólares.

Abraço as minhas pernas.

Além de ter apostado com os amigos idiotas sobre me levar pra cama, ele me traiu com a Leila Williams. E o combo das duas coisas juntas tornam tudo ainda mais nojento e doloroso. Ele mentiu e me enganou sem remorço algum, ele me usou da maneira possível.

Eu fui burra por achar que o Christian e eu poderíamos ter algo realmente sério. Eu fui burra por achar que as coisas entre nós estavam boas. Eu fui burra por achar que ele me respeitaria e cumpriria com a palavra de não sair com mais nenhuma outra. Eu fui burra por achar que o que estava acontecendo entre nós era por vontade de ambos e que não existia joguinhos sujos entre nós.

Eu fui uma burra!

Burra, burra, burra!

Dez mil dólares.

Dez mil dólares é o que valia aos olhos do Christian.

Não deveria doer assim, mas eu não consigo. Me sinto suja e humilhada. Eu nunca deveria ter acreditado em nada que o Christian dizia, ele me manipulou, me usou e me traiu.

Enfio o rosto no travesseiro, meu peito queimando.

***

— Aconteceu alguma coisa, filha? — a minha mãe pergunta.

Me sento e apoio os cotovelos no balcão.

Passei boa parte do dia no meu quarto, almocei no meu quarto com o pretexto de estudar, eu não suportaria almoçar com os meus pais.
Eu simplesmente não consigo só esquecer tudo e empurrar a situação.

— É a faculdade, eu só estou muito cansada. — um bolo se forma na minha garganta. — Mãe, não aconteceu nada demais. — eu afirmo, tentando parecer o mais firme possível. Esfrego as minhas têmporas.

— Ana, amor, o seu olhar não te deixa mentir. O que houve? — ela se senta do meu lado. — É o Christian?

Esfrego o rosto.

— Ele é um idiota.

O pior dos idiotas.
O mais baixo dos idiotas.
Um babaca.

— O que aconteceu? — a minha mãe insiste.

Eu simplesmente não posso abrir a boca e contar sobre o que Christian fez, eu não quero que a minha mãe saiba o quanto eu fui burra e usada por aquele idiota. Eu não quero que ninguém saiba o que aconteceu de fato entre nós.

— O que aconteceu entre vocês? — ela insiste na pergunta, o seu tom de voz e as sobrancelhas juntas demonstram o quanto ela está preocupada.

— Eu não quero mais saber dele, mãe. — digo tentando segurar as lágrimas. — Não quero mais olhar pra ele... E não quero mais falar sobre isso.

— Ana, o que aconteceu? — mamãe insiste. — Ele fez algo sem o seu consentimento? — ela pergunta séria. — Porque se isso aconteceu nós precisamos tomar as medidas cabíveis. Nós não podemos deixar isso sair em pune, e eu tenho certeza que o seu pai pensará da mesma maneira.

— Não, isso não aconteceu.

Eu sei que tudo que aconteceu entre nós foi com o meu consentimento, apesar de ter sido usada. Eu permiti que isso acontecesse.

Eu me deixei levar.

E agora não posso falar sobre aquela aposta idiota, a minha mãe não deixaria as coisas passarem batidas, ela com certeza contaria para o meu pai, e conhecendo o meu pai ele não iria descansar enquanto não fizesse o Christian pagar por isso. O meu pai iria fazer um escândalo, e eu sentiria ainda mais vergonha e nojo de mim mesma se todos chegassem a saber sobre como eu fui tão usada e humilhada.
Eu sentiria vergonha caso soubessem como eu deixei tudo acontecer bem diante dos meus olhos, como uma tonta apaixonada.

— Ele não me obrigou a nada... As coisas só não deram certo. — me limito aos detalhes, cortando a possibilidade de qualquer pergunta, desvio os olhos dos seus.

Minha mãe me encara com seus olhos analíticos por algum tempo antes de dizer algo.

— Querida, você sabe que eu sempre sinto quando você mente ou omite algo. — ela da uma risadinha. — Mas tudo bem, eu vou te respeitar, porque imagino que não tenha sido algo bom. — minha mãe segura o meu queixo me fazendo olhar pra ela. — Mas independente do que tenha acontecido, eu não quero que você carregue isso sozinha, eu estou aqui para quando você quiser e precisar se abrir, meus braços estão e estarão sempre abertos. — minha mãe me puxa para um abraço.

Eu deito a cabeça no ombro e enfio o rosto no seu pescoço. Meus olhos ardendo pelas lágrimas e a garganta lutando contra os soluços.

— Você pode chorar, tudo bem. — minha mãe acaricia as minhas costas. — Tudo bem, querida. Vai ficar tudo bem.

Esse é o problema, eu sinto que não vai ficar tudo bem.









{...}

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