A APOSTA

Capítulo 56

Anastasia

— Ana, estou indo ao mercado. Você quer que eu compre algo em especial? — a Eva pergunta.

Já estou morando no meu apartamento a alguns dias. E Eva veio conosco. Ela está morando aqui e me ajudando com a Ella. Eva está mais responsável por cuidar da Ella e por monitorar as compras. O meu pai fez questão de contratar uma empresa para ficar responsável pela limpeza do meu apartamento.

— Não, Eva. Eu não quero nada, obrigada.

— Então essa princesa e eu vamos ao mercado. — ela beija a bochecha de Ella que está em seu colo.

— Eu sei muito bem porque a Ella gosta tanto de ir ao mercado. — digo sorrindo.

Aqui perto tem uma sorveteria e uma praça. E é claro que a Ella adora.

— Voltamos logo.

— Tchau mamãe. — dou um beijo na bochecha da Ella.

***

Eu estou mais atrasada do que nunca. Preciso chegar na empresa em no máximo 30 minutos, e considerando o trânsito de Nova York pode ser que eu não consiga atingir a minha meta.

Eu acordei tão atrasada que sequer pude considerar levar a minha filha para escola hoje. Ontem fiquei até tarde lendo uns contratos e analisando coisas pendentes que acabei perdendo a hora hoje.

Eu não gosto de chegar atrasada nos meus compromissos, eu gosto de ter responsabilidade e chegar no horário, ou até antes para me preparar bem.

Eu jogo a minha bolsa e a minha pasta no banco do carona do meu carro. Estou tão atrasada que não posso pensar em demorar.

Giro a chave na ignição e enfio o meu pé no acelerador.

E tudo acontece tão rápido, mas eu ouço um alto barulho e sinto o meu corpo ir para frente. O cinto me prendendo no lugar.

Puta que pariu.

Eu abro a porta e pulo para fora do meu carro.

Puta que pariu, Anastasia!

Eu simplesmente destruí o pára-choque do carro.

— Que merda, Anastasia!

O que eu faço?
Eu não posso simplesmente sair daqui e deixar o carro assim.

Mas eu estou tão atrasada...

Eu abro a minha bolsa e puxo um bloco de notas e uma caneta.

Vou deixar um bilhete com o número do meu apartamento e um breve pedido de desculpas. Também deixo o meu número de telefone.

É o mínimo.

Deixo no pára-brisa do carro.

Pronto. Agora eu preciso correr para o meu compromisso.

Depois desse pequeno grande prejuízo que eu terei preciso ir trabalhar.

***

— Eu não acredito! A minha princesa! — a Grace agarra a Ella e enche a minha filha de beijos.

— Eu vou dormir aqui com você e com o vovô hoje, vovó.

— Ai, meu Deus! Eu nem acredito! Eu não acredito que a minha princesa linda vai dormir aqui hoje. — ela sorri.

A Grace e o Carrick já vem me pedindo a um tempo para que eu deixe a Ella dormir com eles. E hoje eu decidi ceder, esta na hora da minha filha ter mais contato com os avós. É direito deles, e também é direito da Ella.

— Eu tenho uma surpresa pra você! — a Ella abre um sorriso. — Greta!

— Sim, senhora Grey.

— Leva a Ella pro quarto dela e mostra o presente que eu comprei, por favor.

— Vem princesinha. — Ella segura na mão de Greta.

— Ontem fui ao shopping e comprei alguns brinquedos. Aquele quarto precisa de mais brinquedos. — a Grace diz quando as duas saem da sala de estar. — Obrigada por isso, Ana.

— Vai ser bom para a Ella passar um tempo com vocês. Pego ela no domingo à noite, ela tem aula na segunda-feira de manhã.

— Não se preocupe com isso, querida. Eu mesma faço questão de levar a minha neta para a escola na segunda-feira. — ela diz sorrindo. — Vai ser um prazer ter a Ella aqui conosco esse final de semana. Tenho certeza que o Carrick vai mimar muito a nossa princesinha.

Eu fico relativamente tranquila com a minha decisão. Apesar de eu ser muito apegada a Ella eu sei como Grace e Carrick são com a minha filha. Eles fazem todas as vontades dela, eles realmente amam a minha menina.

— Se ela precisar de alguma coisa, vocês podem me ligar... — Grace me interrompe.

— Ana, pode ficar tranquila. Eu tenho certeza que ela vai gostar de ficar aqui. E mais uma vez, querida, muito obrigada por isso. Nós realmente ficamos muito gratos pela sua decisão.

***

— Ana, eu já vou indo, tá?

— Tudo bem, Eva. Aproveita.

Eva vai sair com algumas amigas antigas.

— Tem certeza que não quer que eu fique aqui com você?

— Não, Eva! Nem pensar! Eu faço questão que você saia para se divertir um pouco. Você já faz tanto por mim e pela minha filha.

— É um prazer cuidar de vocês, você sabe.

— Então, você merece sair um pouco, se divertir.

— Me liga se precisar de alguma coisa, minha menina. — ela beija a minha testa. — E nada de dormir tarde por ficar trabalhando até tarde, hoje é sábado, Ana. Você merece descansar um pouco.

***

Vou aproveitar que estou sozinha em casa para assistir um filme e comer porcarias em frente a televisão. Deitada na minha cama.

Eu mereço.

A campainha toca.

Eu gemo e pauso o filme.

Será que a Eva esqueceu alguma coisa?

O que não faz sentido, já que ela tem uma cópia da chave. Mas também é muito estranho porque eu não recebi nenhum interfone.

Eu calço as minhas pantufas e faço o meu caminho até a porta.

Ajeito o meu coque, tenho que ficar minimamente apresentável, pelo menos.

Abro a porta.

— Boa noite.

Eu gelo.
O meu coração acelerado.

Não.

Ele não.

Christian Grey.

{...}