Anastásia
Eu estou enojada e esgotada de tudo. Eu não aguento mais olhar para a cara do Christian durante todos os dias da eletiva. E isso está acabando comigo. Ver o quão cínico e egoísta ele consegue ser acaba comigo.
Eu simplesmente não consigo olhar para o Christian e não lembrar de tudo. Gostaria de não vê-lo nunca mais. Mas eu não posso simplesmente abandonar o projeto por causa do Christian, ele não merece que eu deixe um projeto tão incrível, eu lutei para entrar nisso e pretendo ir até o fim. Eu não posso deixar que essa história toda me abale, pelo menos não mais do que tem acontecido nas últimas semanas.
***
Prendo meus cabelos em um coque alto e faço o meu caminho para a cozinha.
— Bom dia, Eva.
— Bom dia, Ana! — Eva sorri. — Acabaram de sair do forno. — Eva me estende um prato de cookies.
— Estou sem fome.
Eu não estou conseguindo me alimentar direito...
Eu simplesmente não consigo.— Tudo bem, minha menina? — pergunta preocupada. — Você está tão tristinha, e isso não é de hoje. O que aconteceu?
— Coisas da faculdade. — tento sorrir. — Não aconteceu nada.
— Que tal um cookie pra deixar a sua manhã mais doce? Fiz aquela receita que você adora.
Eu olho para os biscoitos e viro o rosto rapidamente. Não estou com a menor vontade de comer nada agora.
Nego com a cabeça.
— Tem certeza? Você está tão pálida. — ela insiste preocupada.
— Eu não quero, Eva. Obrigada. — tento sorrir. Fico de pé. — Cadê os meus pais?
— Saíram cedo. O seu irmão também. — Eva continua com o olhar preocupado.
— Tudo bem, Eva. Vou para o meu quarto estudar um pouco.
Saio da cozinha e faço o meu caminho para o meu quarto. Eu só consigo me distrair assim, estudando. E eu me sinto mais idiota por estar tão melancólica e sentindo tanto tudo o que aconteceu, mas eu não consigo simplesmente ignorar isso e voltar a ser a mesma de antes. Já se passaram semanas desde que eu descobri como o Christian brincou comigo e nada mudou, eu continuo sentindo o choque de tudo, como no primeiro dia, mas pior.
Fecho a porta do quarto e me sento na cama. Só de pensar nessa história toda me sinto tonta. Esfrego o rosto respirando fundo.
Pisco um par de vezes para tentar afastar as lágrimas.
— Não Anastásia, você não vai mais chorar. — eu digo para mim mesma.
Eu sou uma imbecil.
Eu não deveria deixar isso me abater, essa história além de estar acabando com a minha saúde mental está acabando com a minha integridade física.
Mas eu não consigo me perdoar, eu deveria ter prestado atenção nos sinais, em como eu estava deixando tudo acontecer.Eu deixei isso acontecer, deixei que a paixão idiota me cegasse. Deixei o Christian me usar como ele quis.
As cenas do Christian com a Leila, os dois desfilando e se engolindo pela faculdade estão acabando comigo.
Corro para o banheiro. Me debruço no vaso vomitando até o que eu não tenho no estômago. Meu corpo treme. Quando não tenho mais o que vomitar, me levanto e dou descarga. Molho o rosto com a água gelada, e respiro fundo para afastar o enjoo.
Chega, Anastásia.
Isso não pode mais acontecer.
Eu não posso mais deixar isso acontecer.***
— Inclusive, gostei muito da sua análise do artigo da semana passada, Anastásia. — o professor Jones diz me olhando. — Suas análises sempre são espetaculares, mas a da semana passada foi a melhor, sem dúvidas.
— Obrigada, professor. — sorrio sentindo o meu rosto corar. O elogio aquecendo o meu peito.
— Parabéns, Ana. — Hannah se inclina e sussurra com um sorriso nos lábios.
O professor diz mais um par de coisas antes de sair da sala.
Quando me levanto tudo gira a minha volta.
— Uou, Ana. Cuidado. — José segura a minha cintura impedindo que eu caia.
José me ajuda a sentar e puxa uma cadeira para sentar perto de mim.
Aperto os olhos e respiro fundo. Esfrego as minhas têmporas com os meus dedos, respiro fundo.
— Obrigada, José.
— Tudo bem?
Concordo afastando os meus cabelos do rosto.
— Sim, tudo bem.
O meu corpo definitivamente está me cobrando por tudo o que aconteceu nos últimos dias.
— Tem certeza? — José insiste.
— Sim, tudo bem, José. Obrigada pela preocupação. Já estou bem.
— Você quer uma água? — nego. — Quer que eu te acompanhe? — volto a negar. — Então já vou indo, preciso passar na biblioteca. — concordo. — Pode me mandar mensagem se precisar de alguma coisa, Ana. — ele agarra a mochila e sai da sala me deixando sozinha.
José eu nos aproximamos um pouco depois de precisarmos fazer uma análise de artigo e uma pesquisa juntos. Ele é um cara legal e muito dedicado.
Quando me sinto menos indisposta me levanto saindo da sala.
— Parece que você já está saindo com outros né. — é o Christian.
Que porra ele está falando?
— Não aceitou as minhas desculpas, mas anda saindo com outros. Engraçado.
Eu ignoro a provocação e tento passar. O Christian entra na minha frente.
— Sai! — é a única coisa que consigo dizer, estou tonta, enjoada e não tenho energia nenhuma pra isso agora.
— Espero que esse idiota não enfie besteiras na sua cabeça. — eu olho pra ele sem entender. — Não quero que você fale nada. E você sabe do que eu estou falando.
Não acredito que ele vai voltar a esse assunto agora.
De novo não.
Eu não aguento mais.
— Sai, Christian. Me deixa em paz, eu não te devo satisfações da minha vida.
— Você não pode foder comigo assim. — ele tenta segurar o meu braço. Dou um passo para trás. Não quero que ele sequer encoste em mim.
— Cala a boca! Christian, você é tão egoísta! — eu explodo, me afastando ainda mais dele. — Eu quero que você fique longe de mim, me esquece!
Eu viro as costas para ele.
Ignoro o Christian e corro para longe.Eu preciso destruir essa história toda dos meus pensamentos. Eu quero acabar com isso.
Chega de Christian.
Chega de pensar sobre aquela aposta baixa.{...}
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A APOSTA
FanfictionAté onde um homem consegue ir para conseguir o que quer? Até onde Christian Grey consegue ir por uma aposta? A ambição para não ferir o próprio orgulho, pode ser a maior inimiga de qualquer ser humano, principalmente para os que não conseguem lida...