Capítulo 11

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Uma espada dourada surgiu de seu pulso novamente, e ele a trouxe com sua força absoluta ao meu rosto. Consegui impedir que me cortasse, mas não que me fizesse cambalear para trás. A força do Grão-Rei está finalmente presente, e é agora o momento em que eu provo a ele que certas habilidades estão no sangue.

Ele não parou, caminhou até mim ainda no chão e direcionou outro golpe sem pausa, eu o interceptei novamente e empurrei sua canela para trás. Se Edan fosse qualquer outro guerreiro agora, sem tamanho poder que carrega nas veias como Grão-Rei, seus ossos teriam se deslocado. Mas ele apenas escorregou.

Caiu sobre o apoio de um joelho quando eu me levantei rapidamente e direcionei um chute ao seu rosto, que levou seu queixo bruscamente para a mesma direção do golpe.

Queria simular o golpe fatal, aquele que no campo de batalha acabaria com a sua vida e garantiria a minha vitória contra ele, por isso direcionei a espada de ataque até o seu pescoço, mas ele interceptou o meu golpe com a sua lâmina conjurada de magia e trouxe a mão fechada em punho até minhas costelas. Um suspiro pesado e involuntário escapou por entre meus lábios no momento em que seu soco roubou meu fôlego.

A força do Grão-Rei. Foi como se as patas de um dragão tivessem passado horas pesando em cima de minhas costelas, de maneira desprevina, em segundos, e ele não iria parar.

Não tive escolha a não ser prosseguir mesmo sem o fôlego necessário. Precisava provar a ele que podia lutar até mesmo contra ele, e enfrentaria o que fosse preciso pelo meu povo.

Outro soco ao lado oposto, após dois segundos. Uma tosse devendo uma respiração saudável se revelou.

Sem a noção necessária de meu golpe, recuei, rodando em volta dele. Era o mais sensato, pois se estivesse sem fôlego em um campo de batalha, teria de ganhar tempo até poder executar um golpe com precisão novamente.

Mas algo nos olhos dourados e reluzentes diante de mim revelaram enquanto ele continuava sem pausa, que ele sabia de minhas estratégias, conhecia cada uma delas.

Fechou a mão em punho e a direcionou para o meu queixo, e tudo que pude fazer em tão míseros segundos foi desviar e me colocar perigosamente ao seu lado.

Perigosamente. Não apenas para mim, mas para ambos. Seu quadril ainda estava passando pelos movimentos finais do golpe, e mesmo sem a vitalidade roubada pelos seus golpes, se estivéssemos guerreando a minha espada teria entrado entre suas costelas nesse exato momento como estou sugerindo agora.

— Morto.

As costas de sua mão acertaram meu rosto em cheio, e me vi no chão em um piscar de olhos.

— Não um Grão-Rei.

Ele está certo. Ele se curaria, um ferimento pela lâmina de ferro entre suas costelas seria doloroso, mas suportável e longe do necessário para abatê-lo.

— Não entende, não é?

Não posso deixar que ele traga a espada ao meu pescoço, não posso em hipótese alguma. Seria a minha derrota, apenas como Grã-Feérica treinada. Seria a ruína de meu plano, o atestado de que meu povo seguiria em risco. Não posso permitir.

Antes que ele pudesse prosseguir, apoiei meus braços no chão e elevei a perna até seu peito reunindo também minhas forças absolutas. Não é apenas um simples teste, é o futuro dos Venetunianos, e se exigir de toda a minha força como em um campo de batalha então eu a usarei.

Edan cambaleou, dançando sobre os próprios pés. Me levantei e direcionei um soco em seu rosto, mas ele o interceptou, fechando a mão envolta de meu punho.

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