VIRGÍNIA
Esse maldito psicopata!
Eu o encarava sem acreditar que ele tinha a audácia de tentar me culpar por sua falta de bom senso!
— Quando me soltar eu vou te bater tanto - ameacei — Eu vou te deixar com o olho roxo!
— Igual fez com Flora? - ele riu, puxando meus pulsos para trás do meu próprio corpo, me imobilizando e ainda deixando nossos corpos mais próximos — Eu geralmente gosto de estar no comando, mas podemos tentar mudar as posições, claro, depois do casamento.
Eu tentei não demonstrar o quanto eu estava com vergonha, mas pelo sorriso, ele notou.
— Me. Solte.
— Tudo bem - ele disse, mas quando pensei que fosse me soltar, ele me apertou ainda mais contra seu corpo, e enquanto eu tentava me soltar, ele aproveitou para tomar minha boca em um beijo que já começou bruto e exigente, eu tinha pouca experiência, mas era totalmente diferente do que aconteceu de manhã naquele provador, a lembrança junto ao seu toque, me fez arrepiar. Isso não devia acontecer.
Ângelo finalmente soltou meus pulsos, mas eu não me afastei, não consegui, apenas deixei que ele me beijasse e me segurasse agora pela cintura.
— Não foi tão difícil, foi? - ele debochou contra meus lábios e isso me fez pular para longe dele como um gato assustado.
— Você é um trapaceiro - murmurei me virando de costas para ele, evitando olha-lo. Eu quis correr de volta para casa quando senti ele se aproximar, mas não o fiz, novamente permiti que ele se aproximasse, que pressionasse seu corpo contra o meu em um abraço.
Seus braços estavam ao redor da minha cintura e eu estava imóvel enquanto ele se acomodava atrás, como se estivesse acostumado a fazer isso. Eu não era tão pequena quanto Flora, mas, eu me senti minúscula entre seus braços. Não de uma forma ruim. Era apenas diferente.
Ficamos parados por alguns instantes e então, Ângelo beijou-me na bochecha. A ação me pegou de surpresa e ele notou, pois riu baixinho perto da minha orelha.
— Vamos voltar - ele segurou minha mão, não deixando espaço para contestar e eu apenas o segui, tentando assimilar o que estava acontecendo.
O jantar ocorreu de forma desconfortável, como eu já imaginava que seria. O único som em toda a sala de jantar eram dos talheres cortando a carne de carneiro e embora estivesse delicioso, aquele jantar parecia mais uma sessão de tortura do que qualquer outra coisa. A sobremesa foi um clássico petit gateau e finalmente a tortura teve fim. Ou eu pensei.
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À PROVA DE BALAS
Romance"Proteja seu Coração" Virgínia Caccini nem sempre foi a mulher culta que podia correr em seus scarpins em meio a um tiroteio. Virgínia - antes - Laurent, não foi criada para ser uma esposa troféu. Durante toda a sua vida, ela treinou para se torna...