CINQUENTA E SEIS

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VIRGÍNIA

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VIRGÍNIA

— Virginia? Graças a Deus! Como está Flora? Me deixe falar com ela, por favor. - a voz da minha mãe foi a primeira coisa que ouvi quando liguei para casa. 

— Prisioneiros não tem direito a ligação - respondo suavemente, tentando parecer calma — A senhora sabe o que Flora fez, certo? Estou farta de fechar os olhos para as confusões que sua filha causa, dessa vez, ela foi longe demais. Ângelo não é simplesmente o marido que ela queria ter, ele é o Consigliere e, as ações de Flora além de imundas, claramente romperam a trégua entre a Sicília e Londres, ela pisou em terra italiana sem permissão e atacou um dos membros mais importantes...

— Virginia! Flora é sua irmã! O que você está insinuando!? 

— Eu não estou insinuando nada - cantarolei — O nosso Capo ainda não sabe sobre a invasão de Flora e suas ações contra o bem estar do meu marido, e, vai continuar assim, se, vocês concordarem em cumprir algumas... exigências. 

— Virginia... 

— Me deixe falar com meu pai, ele é o chefe dessa família ainda, certo? 

— Você! Com quem você pensa que está falando?! Eu sou sua mãe! Sua mãe! Eu te criei, não ouse falar assim comigo, sua pirralha ingrat- 

—  Virginia - a voz do meu pai ecoou no celular e eu respirei aliviada — Sinto muito pelo que Flora fez, nós não fazíamos ideia, mas, eu gostaria de negociar com seu marido. 

— Isso não é uma negociação, pai. Eu vou dizer a você, como esposa do consigliere, o que você tem que fazer para ter sua preciosa filha caçula de volta em casa inteira, sem contar em manter a paz entre as instituições, certo? 

Eu ouvi o que pareceu ser um suspiro impaciente e sorri, sabendo que ele tinha entendido que eu estava falando muito sério. 

— Certo, senhora Caccini. - sua voz estava cheia de escarnio, mas eu me senti estranhamente satisfeita por ouvi-lo me chamar assim. — O que você quer? 

*** 

Raul ficou encarregado de levar Flora de volta para casa com mais alguns homens, ele também a levaria para o convento e teria certeza de que ela seria mantida lá por, pelo menos, alguns bons anos.

Talvez umas freiras, o que minha irmã mais nova achava extremamente assustador, pudessem colocar um pouco de juízo na cabeça dela.

— Raul avisou que já chegaram ao convento, senhora Virgínia - Jean disse se aproximando e eu senti um peso sendo tirado dos meus ombros com Flora oficialmente longe da Sicília... e longe de Ângelo.

— Obrigada, Jean - eu deixei a xícara ainda cheia de chá sobre o Pires na mesinha de centro e me levantei. Já era tarde da noite, mas eu sabia que não ia conseguir dormir até receber a notícia — Acsia já está dormindo?

À PROVA DE BALASOnde histórias criam vida. Descubra agora