DEZESSETE

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VIRGÍNIA LAURENT

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VIRGÍNIA LAURENT

Eu não era o tipo de pessoa que devia beber e tive essa confirmação quando a ressaca me atingiu em cheio logo ao acordar. O Sol já estava alto, devia passar das dez da manhã, eu nem me lembrava se durante toda a minha vida, eu tinha dormido até tão tarde, mas isso realmente não me importava muito nesse momento, eu só queria fazer minha cabeça parar de latejar tanto. 

As lembranças da noite anterior invadiram minha mente de imediato e eu soltei um chiado irritado. Isso só faria com que minha cabeça doesse mais. Eu só queria que tudo não tivesse passado de um pesadelo, mas não tinha mais volta.

Eu só queria que a ressaca passasse logo, pelo menos até me mover preguiçosamente na cama enorme e esbarrar no que pareceu ser um conjunto de músculos definidos. Eu arregalei os olhos ao sentir um hálito quente na minha nuca e então, uma mão subiu até minha cintura. Fiquei imóvel, tentando entender o que estava acontecendo, mas não tive tempo suficiente pra isso.

— Bom dia, mia bellissima - a voz rouca com sotaque arrastado me fez pular assustada na cama, ficando longe o suficiente de Ângelo.

Me virei o metralhando com o olhar, mas quis me enfiar no buraco mais próximo quando eu o vi. Seu corpo, da cintura para baixo, estava coberto com um lençol fino e eu esperava que ele estivesse usando alguma coisa lá, diferente da nudez exibicionista da parte de cima.

— O que você faz aqui...? - praticamente rosnei, tentando não parecer tão envergonhada quanto eu estava naquele momento. Eu não o deixaria saber que ele tinha tanto poder sobre mim. Não mesmo.

— Esse é meu quarto - ele explicou calmamente e eu mordi a carne interna da bochecha até sentir latejar.

— Você é um idiota, Ângelo - foi tudo que eu consegui dizer, segurando o lençol fino e branco contra meu corpo, embora eu sentisse que estivesse vestida, todo o cuidado era pouco perto de Ângelo e sua maldita aparência angelical.

Ele parecia estar posando para um ensaio fotográfico. O cabelo dourado despenteado, o sorriso despreocupado, a falta de roupas, o lençol caindo por seu quadril... Ângelo parecia pronto para ser fotografado, ou melhor ainda, ele parecia pronto para ser pintado a tinta óleo por um artista famoso.

Como alguém que parecia ter saído de uma daquelas pinturas renascentistas podia ser a mesma pessoa que ameaçou matar minha irmã e consequentemente, me condenar a morte? Era totalmente controverso. Ele era lindo por fora, mas pobre e escurecido por dentro.

Travei o maxilar. Ele era o responsável por toda a confusão que minha vida havia se tornado e o pior de tudo, ele seria meu marido.

— Ter você chamando meu nome e olhando pra mim assim fez minha ereção matinal subir alguns níveis, anjo - ele disse abrindo um sorriso inocente e eu engasguei com o ar.

À PROVA DE BALASOnde histórias criam vida. Descubra agora