QUARENTA E UM

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ÂNGELO 

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ÂNGELO 

Depois de me certificar que Virginia tinha comido o suficiente, eu a deixei conversando com Eugênia e fui encontrar com Jean, para garantir que ele levaria minha mãe para casa. Ela estava completamente fora de si,  havia bebido demais, estava conversando abertamente e dançando como uma maldita adolescente rebelde, ela iria matar a todos no dia seguinte se nós não a contivéssemos o mais rápido possível. 

Depois de convence-la a entrar no carro, eu fui abordado por Raul antes de conseguir voltar a festa. Ele estava ofegante, sem sua gravata, a camisa branca aberta e alguns botões perdidos, sua calça desabotoada, mas isso não me deixou preocupado, não, o que me deixou preocupado pra caralho foi quem estava atrás dele, igualmente bagunçada. A porra da primeira dama. 

— Ângelo... - Raul tentou formular uma desculpa, uma explicação, mas ele não tinha o que falar. Eu sabia muito bem o que estava acontecendo ali.

— Eu não quero saber - falei suspirando. Era assim que minha se sentia quando eu aprontava? Era terrível. Eu iria matar Raul, na primeira oportunidade. — Achei que vocês dois tinham dado um ponto final nisso da ultima vez. 

— Foi minha culpa, Ângelo - Antônia disse a voz suave. A maldita manipuladora podia muito bem controlar meu amigo na ponta das unhas pintadas de rosa, mas eu definitivamente não cairia em seus encantos. 

— Se ele morrer vai ser sua culpa também, vocês não entendem a gravidade disso? - eu segurei a ponte do meu nariz, tentando me manter calmo para não acabar chamando atenção — Porra, no dia do meu casamento! 

— Omar me mantem presa, eu nunca posso sair de casa. - ela explicou, a voz chorosa. 

— Talvez ele tenha a porra de um motivo, não acha? - a olhei desacreditado. — Sinceramente, vocês dois estão brincando com fogo, e eu não vou me queimar por vocês - falei sério. 

— Antes você nos apoiava! - ela acusou irritada. 

— Antes eu não tinha nada a perder - minha mente vagou até Virginia e a vadia parecia ter notado isso, — E não ouse se aproximar dela buscando uma aliada, se você der um passo em falso em relação a minha mulher, eu vou ter o prazer de te entregar pro seu marido. - desviei meu olhar para Raul, que se mantinha calado até então. — Vou entregar os dois. 

— Ângelo... 

— Você está me ameaçando? - ela me olhou indignada, interrompendo Raul. 

— Estou e você sabe que eu não digo palavras vazia, primeira dama - eu rosnei — Se mantenha longe e não envolva a minha mulher nessa bagunça, entendido? 

— Sim. - Raul quem respondeu, quando ela apenas cruzou os braços, me encarando furiosa. 

— Vocês pelo menos usaram camisinha? - perguntei sério e meu amigo desviou o olhar. 

À PROVA DE BALASOnde histórias criam vida. Descubra agora