EPÍLOGO

4K 310 66
                                    

⚠️ PARA MELHOR COMPREENSÃO, RECOMENDA-SE JÁ TER LIDO OS LIVROS "A OBESSÃO DO CONSIGLIERE" E "CULPADA", MAS NÃO É NECESSÁRIO ⚠️

APROVEITEM MAIS UM GOSTINHO DO UNIVERSO CACCINI!!!

VIRGÍNIA

— Ela era tão bonita, vovó - a voz de Diana me tirou dos meus pensamentos. A garota de cabelos dourados e olhos verdes brilhantes, olhava concentrada para a foto preservada no porta-retrados com resina, indicando que aquele túmulo entre tantos outros no mausoléu da família Caccini, pertencia a grande Acsia Caccini. Havia também o nome dela, mas Diana ainda não sabia ler.

— Sim. Ela era.

Diana deixou a rosa branca no vaso, onde já estavam as flores deixadas por seus irmãos mais velhos, e por seus pais.  Ângelo não vinha com frequência, ela não era fã de cemitérios, mas, em todos os aniversário de morte dela, eu fazia questão de vir e conversar com a mulher que eu amava como minha mae.

Antes, todos vinham, deixavam suas rosas e voltavam para casa, me deixando sozinha, mas, dessa vez, Diana pediu para ficar comigo e eu permiti.

No auge dos seus quatro anos, Diana tinha os traços dos Caccini anteriores, a única criança loira entre meus netos, mesmo que seus olhos fossem cinzentos como os meus e dos pai dela. Eu tinha certeza de que, se, eu tivesse tido outros filhos além de Vincenzo, seria uma menina como ela.

— Você sente falta dela, vovó? - Diana voltou a perguntar, ainda focada na foto.

— Todos os dias. - eu apertei o caule da rosa branca que eu ainda segurava, com força. Eu sentia falta de Acsia todos os dias. Mesmo que agora a nossa casa estivesse cheia e transbordando vida, eu sentia o vazio que ela deixou pata trás quando faleceu, poucos meses depois que Vicenzo nasceu.

Foi um mal subto, os médicos disseram. Tudo estava normal, ela fez Vincenzo dormir aquela noite, antes de me chamar para beber com ela na biblioteca. Eu não podia beber ainda, já que ainda estava amamentando, mas fui mesmo assim. Nós nos sentamos no chão e conversamos, enquanto ela bebia.

Era tarde quando Ângelo veio nos chamar. Naquela noite, antes de entrar em seu quarto, ela disse que nos amava e sorriu, fechando a porta.

No dia seguinte, ela não acordou.

— Tudo bem, vovó - senti a mão pequena de Diana na minha — A mamãe diz que, as pessoas que estão aqui, foram para o céu. A bisa Acsia também está lá. Cuidando da gente.

Sorri, só então notando que havia uma lágrima escorrendo por meu rosto.

— Tem razão. - eu coloquei minha rosa no vaso, junto com as outras e apertei a mão de Diana. — Vamos?

Ela assentiu, os cabelos loiros balançando conforme ela sacudia a cabeça.

— Tchauzinho, bisa. - ela acenou para a foto e me puxou para fora do mausoléu, onde encontramos Vincenzo.

— Tudo bem, mãe? - a criança que ficou nove meses na minha barriga, agora era um homem crescido e pai de família. A lembrança de que um dia ele esteve se formando dentro de mim, me fez querer chorar mais ainda.

— Parece que estou apenas me tornando uma velha emotiva - respondi e Diana riu.

— A senhora não é velha - ele me censurou e se agachou para pegar a filha caçula no colo. Diana ficava minúscula em seus braços.

— Onde está minha mãe? - Diana perguntou, olhando ao redor.

— Todos estão indo para a festa de aniversário da Serena. - Vincenzo respondeu — Vamos nos atrasar.

À PROVA DE BALASOnde histórias criam vida. Descubra agora