DEZOITO

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VIRGÍNIA

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VIRGÍNIA

Encontramos Acsia com uma expressão péssima em seu escritório, que parecia uma versão mais decorada do escritório que meu pai tinha em casa, os móveis também era mais claros. Havia uma garrafa de vinho aberta ao lado dela, junto com uma taça pela metade.

Ela gostava mesmo de beber. Só o cheiro do álcool fez meu pobre estômago desacostumado  se virar.

— Bom dia, mamãe - Ângelo se aproximou e beijou carinhosamente a testa da mulher, recebendo um olhar irritado em troca. Eu quase sorri com a interação.

Eu jamais imaginaria que Ângelo seria carinhoso com a mãe tão abertamente. Homens não gostavam de demonstrar afeto, eu sabia muito bem disso,  todos diziam que isso os tornava um alvo fácil, mas Ângelo não parecia se importar com isso.

— Bom dia, Acsia. - eu disse limpando minha garganta.

— Bom dia - ela indicou as cadeiras e nos sentamos. — Queria avisar que o voo para a Itália está marcado para daqui duas horas. Já está tudo pronto, só falta assinarmos o acordo de paz para que não tenha mais volta, Virgínia - ela indicou uma pilha grossa de papel sobre sua mesa — As coisas aconteceram de uma forma inesperada ontem, por isso a viagem foi acelerada, mas, você ainda pode voltar atrás. Se não se sentir segura ou simplesmente não quiser ir conosco, não vamos te obrigar, você pode voltar para sua família e todo o acordo será desfeito.

— Pense no que está em jogo, Virgínia - Ângelo disse ao meu lado, o tom ameaçador que pareceu passar despercebido por Acsia, mas eu sabia muito bem do que ele estava falando. Eu sabia muito bem quem estava em jogo.

Ignorei Ângelo e foquei em sua mão, que agora bebericava sua taça de forma despreocupada.

— Mesmo se eu for deserdada, como minha mãe disse, o acordo de paz ainda valerá? - quis saber, afinal de contas, para todos, inclusive Acsia, eu estava me sacrificando para que a paz reinasse entre Itália e França, a segurança e a vida da minha irmã caçula não tinham nada haver com isso.

— A Itália vai cumprir com seu lado do acordo, Virgínia - ela garantiu — Somos pessoas de palavra. Honra é uma coisa importante pra nós. Agora, decida-se, minha querida.

— Tudo bem, eu vou - falei, sabendo que não havia outra maneira das coisas acabarem.

Acsia abriu um sorriso iluminado, que me fez sorrir de volta sem nem perceber.

— Que tal uma taça de vinho para comemorar essa decisão maravilhosa? - ela sugeriu animada e eu fiz uma careta, o que a fez rir alto.

À PROVA DE BALASOnde histórias criam vida. Descubra agora