TRINTA E DOIS

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ÂNGELO

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ÂNGELO


Coloquei a mão de Virgínia ao redor do meu braço quando chegamos ao topo da escada. Toda a nossa sala estava decorada para o grande momento e cheia de convidados com roupas caras, penteados feios e joias pesadas o suficiente para quebrar o pescoço se a pessoa não tiver cuidado, além dos ternos sem personalidade alguma, mas o que deixava-os ainda mais insignificante era a cor branca, não havia ninguém que não estivesse usando branco.

Olhei para Virgínia e havia o pequeno vestígio de um sorriso em seus lábios.

Ela era a única que se destacava ali, a única de preto, usando o vestido que eu escolhi, mas mesmo que estivesse usando branco como todo o resto, era impossível não nota-la.

Olhei para a flor negra em meu bolso, sobre meu peito e sorri.

— Você fez um bom trabalho - falei baixinho, quando, ao som da Orquestra, começamos a descer as escadas.

— Eu sempre faço um bom trabalho - ela respondeu em um sorriso orgulhoso.

— Então deixe que todos saibam disso, meu anjo.

— Deixarei.

Seguimos até o fim da escada e quando a orquestra mudou para um ritmo mais lento, e as luzes se tornaram um pouco mais escuras, ganhando um tom alaranjado, que dava a sala totalmente branca um ar quase misterioso.

Guiei Virgínia até o centro do que seria uma pista de dança e, nos posicionamos a frente um do outro.

Virgínia engoliu seco e eu sorri.

— Não se preocupe, apenas me deixe guiar você - falei baixinho para que apenas ela pudesse ouvir, estendendo minha mão para ela.

— Não sou uma boa dançarina, se quer saber - ela respondeu, colocando sua mão sobre a minha. — Nunca dancei antes... Devia ter me lembrado disso antes, mas...

— Não se preocupe, anjo - repeti apertando levemente sua mão — Estou aqui para cuidar de você, sempre.

Ela assentiu e eu me curvei para beijar o dorso de sua mão, que ergui para o lado, pousando minha outra mão sobre sua cintura, enquanto ela colocava sua outra sobre meu ombro.

Esperei alguns instantes, e comecei a guiar Virgínia seguindo o ritmo lento e quase sombrio da melodia, que aos poucos foi se tornando, de forma gradativa, mais alta e mais rápida, me fazendo girar Virgínia e puxa-la com mais força e intensidade do que eu pretendia, mas sem nunca deixar de encarar seus olhos acinzentados.

À PROVA DE BALASOnde histórias criam vida. Descubra agora