TRINTA

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VIRGÍNIA

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VIRGÍNIA

— Outro presente pra mim, Virgínia? - Ângelo perguntou, com seu sorriso convencido de sempre.

— Não fique se achando por isso - eu limpei a garganta e me virei para pegar a caixinha da floricultura. Enquanto eu abri e tirava de lá a rosa que encomendei, ouvi a porta sendo aberta e fechada em seguida, isso foi o bastante para que eu soubesse que nós dois estávamos sozinhos no meu quarto e eu senti meu corpo arrepiar quando eu me dei conta disso.

Segurando a flor eu encarei a caixa onde devia estar o vestido, ansiedade tomou conta de mim e eu desviei o olhar para Ângelo.

— Abra - ele instruiu de forma calma, se aproximando de mim lenta e silenciosamente. — Quero saber se você gosta.

— Você não devia estar aqui - sussurrei, o olhando por cima do ombro, enquanto ele segurava minha cintura e deixava um beijo terno na minha cabeça.

— Não aguento mais ficar longe de você - ele disse, ignorando o que eu havia falado, me abraçando pela barriga com força, me impedindo de fugir dele. — Sinto que eu vou enlouquecer, anjo.

— Ângelo - eu tentei me afastar dele, mas Ângelo não permitiu — Eu preciso me vestir.

— O que você fez pra mim? - ele perguntou, senti sua respiração próxima ao meu ouvido e engoli seco, sentindo meu corpo arrepiar.

Isso não vai acabar bem.

— Uma flor - respondi, erguendo-a para que ele visse a flor pintada artificialmente de preto. Seria a única coisa escura além de mim e do meu vestido em toda a natureza.

— Eu vou te dar um anel de mais de um milhão de euros para você e recebo uma flor negra em troca? - ele tocou a flor com a ponta dos dedos — Porra, eu sou um cara de sorte, anjo.

Eu ri.

— Você acha? - eu me virei para encara-lo de frente, ainda segurando a flor negra. Uma  amarilis, a flor que ele me deu antes. — É pro seu bolso.

— Combina com o seu vestido - Ângelo disse observando atentamente a flor escurecida. — Você fez pensando em mim? - ele ergueu o olhar azulado cheio de expectativas pra mim — Pra gente combinar?

— Eu só queria te dar algo - falei dando de ombros — Não pense demais sobre isso, e não me apareça com roupas combinando pra nós dois usarmos ou eu atiro em você. - resmunguei — Posso colocar?

— Deve, anjo - Ângelo respondeu e eu coloquei a flor negra em seu bolso esquerdo, sobre o peito. Me afastei para observar a única coisa escura em Ângelo, além da sua áurea, a flor negra. — Como estou?  - ele perguntou sorrindo divertido.

À PROVA DE BALASOnde histórias criam vida. Descubra agora