SESSENTA

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VIRGÍNIA

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VIRGÍNIA

Ângelo saiu depois de mais um tempo abraçados no banheiro, ele queria ficar sozinho e não precisou dizer isso em palavras para que eu entendesse. Eu tomei outro banho, um demorado e que me permitiu chorar mais um pouco, e finalmente, eu estava pronta para encarar Acsia e ela parecia ter pensado a mesma coisa, pois assim que eu saí do banheiro, a encontrei entrando em meu quarto.

E eu suspirei aliviada ao ver que era a Acsia que eu conhecia. Ela realmente estava bem, parecia que nada havia acontecido. Estava usando um de seus vestidos elegantes, o cabelo preso em um coque elaborado, não haviam saltos mas as sapatilhas eram tão formais quanto. Seu rosto estava coberto por maquiagem, ela parecia saudável.

— Virgínia, Jean está de olho roxo e se recusa a contar como ele acabou assim. - ela cruzou os braços e me olhou com os olhos semi-cerrados. — O que aconteceu nessa casa? Eu resolvi dormir algumas horas a mais e quando acordo meu assistente está machucado e o Capo acha que está sendo traído! Vocês vão me deixar louca!

Acabei soltando uma risada, mas parei quando ela me olhou feio, me fazendo sentir como se eu estivesse levando bronca de um professor da escola novamente.

— Bom, eu nem saí do meu quarto ainda, não sei se posso ajudar muito. - eu reforcei o nó do roupão que estava usando, evitando olha-la enquanto mentia — Você quer pentear meu cabelo? - eu so tinha percebido o que estava falando quando aconteceu, mas agora eu nao podia voltar mais atrás e dei a primeira desculpa que pensei — Está horrível e Ângelo não está aqui, ele é o único que tem paciência para desembaraçar.

O olhar feio de Acsia se tornou amoroso enquanto ela ouvia minhas palavras, mas ela logo voltou ao normal levantando-se e alisando a saia do vestido cinza.

— Sente-se. - ela ordenou se aproximando.

Me sentei no banco da minha penteadeira e pelo espelho, observei Acsia pegar a escova da gaveta e começar a separar algumas mechas de cabelo para escovar.

— O que foi? - ela perguntou séria e eu parei de encara-la pelo espelho, limpando a garganta.

— Nada.

Acsia ergueu uma sobrancelha, mas não disse mais nada, voltando toda a sua atenção para meu cabelo. Não sei quanto tempo passamos em silêncio daquela mesma forma, até que ela deixou a escova de lado e sorriu pra mim pelo espelho.

— Pronto, minha querida - ela jogou meus cabelos por cima do ombro, mostrando o resultado — Eu gosto muito da cor do seu cabelo.

— Obrigada.

— Espero que você e Ângelo estejam lidando bem com toda a situação com  Flora - ela comentou depois de alguns instantes de silêncio.

— Estamos - eu sorri me sentindo meio envergonhada. Era estranho falar sobre isso com a mãe do meu marido. Fiz uma careta com o pensamento.

À PROVA DE BALASOnde histórias criam vida. Descubra agora