QURENTA E NOVE

4.3K 358 27
                                    

"Virginia, 

  Flora fugiu de casa. Faz alguns dias e seu pai está fazendo de tudo para acha-la antes que ela cometa alguma loucura, dada as circunstâncias. Espero que, como irmã mais velha de Flora e parcialmente responsável por tudo que aconteceu desde que você decidiu se casar com a família Caccini, você nos ajude a encontra-la. 

Victória Laurent."

Os olhos de Acsia estavam em chamas, suas mãos tremerem amassando levemente o papel da carta. Qualquer criatura viva em uma distância de dez quilômetros de distância podia sentir sua fúria.

Ela tomou a carta das mãos de Ângelo quando nem ele nem eu respondemos a sua pergunta e estava encarando o papel com aquela mesma expressão fazia um tempo.

— Parcialmente responsável? - ela soltou um som de descrença. — Essa mulher...

— Ninguém é responsável se aquela pirralha é mentalmente instável. - Ângelo bufou, se reconstando de volta na cadeira e cruzando os bracos. — Eu sabia que aquela coisa era problema, graças a Deus consegui tirar você daquele ninho de cobras, anjo. - ele disse desviando o olhar da mãe para mim.

— Minha irmã está desaparecida. - minha voz soou baixa, era a primeira vez que eu conseguia falar depois de ler as letras formais e elegantes da minha mãe. Eu orecisei de um tempo para racionar tudo. — Ela não é mentalmente instável... só um pouco mimada e imprudente.

— Não me diga que você está preocupada com ela? - o olho me olhou como se uma segunda cabeça estivesse brotando do meu pescoço e fez uma careta de desgosto em seguida.

— Ângelo, não importa o que aconteceu, ela ainda é a minha irmãzinha mais nova, eu praticamente a vi nascer e eu não desejo que nada de ruim aconteça com ela. - eu suspirei — Nós nos demos bem até você aparecer - acusei casualmente, mesmo sabendo que não devia ter falado isso.

— Vocês se davam bem até você não abrir mão de mais uma coisa pra ela, Virgínia. - ele devolveu e eu me calei. Ele estava certo. — A primeira vez na vida ela não roubou de você o que sempre foi seu por direito. Não confunda coisas - Ângelo parecia realmente chateado e saiu da mesa sem terminar de comer seu croissant. Me senti ligeiramente culpada, mas, eu poderia lidar com ele depois.

— Acsia... - choraminguei me virando para ela. Acsia dobrou o papel, o colcoando sobre a mesa e empurrando pra mim com uma expressão enjoada no rosto. — Sinto muito a escolha das palavras, mas, não tem nada que descreva melhor o que estou sentindo agora, querida, então, la vai, sua mãe e uma puta amargurada - arregalei os olhos e Acsia soltou um suspiro, massagenado a tempora com um ar cansado — Ela está obviamente te culpado por algo que está totalmente fora do seu alcance, eu espero que não você esteja considerando as palavras dela, querida.

— Não... não podemos ajudar? - minha voz vacilou.

— Virginia, a garota fugiu no território da sua antiga família, não na Itália. - ela começou calmamente — Não podemos mandar nossos homens atrás dela em um território que não é o nosso. Sua mãe sabe muito bem disso, ela está apenas tentando machucar você. Eu sei que essa merda é difícil de aceitar, ela é sua mãe afinal, mas você é inteligente e sabe que estou certa - Acsia fez uma pausa e respirou fundo antes de continuar, como se estivesse buscando paciência.  — Flora não é sua responsabilidade, mas, se você quiser tentar, fale com Ângelo. Ele é o Consigliere agora. Se alguém pode fazer alguma coisa sobre isso, é ele.

À PROVA DE BALASOnde histórias criam vida. Descubra agora