DOZE

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VIRGÍNIA

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VIRGÍNIA

Entrei em casa sentindo todo o meu corpo tremer de medo. Eu nunca, nunca havia me sentindo tão impotente como naquele momento, mas, eu sentia que, agora que estava envolvida com a família Caccini, não seria algo raro de se acontecer.

A casa estava aparentemente vazia e silenciosa, como o de costume. Já passava da três da tarde, meu pai devia estar em seu escritório e Flora com a mãe no quarto, provavelmente me amaldiçoando pelo soco... Toquei minha bochecha que não estava mais tão dolorida, graças a bolsa de gelo que Ângelo me obrigou a colocar no local...

Sim, ele ainda cuidou de mim depois me ameaçar matar minha irmã caçula e me incriminar.

Ângelo Caccini era um maldito sociopata.

— Senhorita? - uma das empregadas da casa surgiu em minha frente e eu pulei assustada. Seu nome devia ser Amie ou Anie, eu não conseguia lembrar com certeza. — Tudo bem? A senhorita está parada no meio da sala olhando pro nada...

— E-estou bem - sussurrei — Minha mãe está em casa?

— Ela e a senhorita Flora estão no segundo andar e o senhor seu pai está no escritório - ela respondeu prontamente, como se já esperasse pela pergunta — Chegou isso para senhorita. - ela me estendeu um envelope de papel madeira fechado com um selo gravado com um C, só então eu percebi que ela estava o segurando. Engoli seco pegando-o de suas mãos — Tem certeza que a senhorita não quer um chá?

— Pode ir, estou bem - garanti e ela saiu em direção a cozinha.

Sentei-me no sofá e com as mãos trêmulas, abri o envelope, mesmo já sentindo o que devia ter lá dentro. Como o esperado, haviam fotos. Muitas delas. Todas recentes, de horas antes. Flora saindo com minha mãe da loja de noivas, usando um óculos para esconder o roxo no olho, elas entrando no carro, chegando em casa, imagens do quarto de Flora, Flora entrando no banheiro, minha mãe aflita, meu pai em seu escritório.

Maldito Ângelo Caccini.

Coloquei tudo no envelope e levei para o quarto, jogando tudo no lixo no banheiro antes de descer e conversar com meu pai.

Bati na porta antes de entrar em seu escritório, eu raramente entrava lá. Quando eu era criança e ansiava por algum carinho paterno, eu fugia da babá e chegava no escritório, mas não recebia nenhum tipo de carinho...

— Podemos conversar? - perguntei abrindo a porta um pouquinho. Meu pai assentiu.

— Como foram as compras? - ele perguntou obviamente nenhum pouco interessado.

— Perda de tempo - respondi — Flora não vai se casar com Ângelo. Eu vou. Ele é meu noivo. Não posso jogar uma responsabilidade tão grande sobre minha irmã, ela nem tem dezoito anos ainda, esperar que ela complete vai deixar os italianos irritados, já que eles querem um casamento urgente. - soltei todos os argumentos que eu tinha de uma vez, com medo de esquecê-los, torcendo para que eu parecesse convincente.

À PROVA DE BALASOnde histórias criam vida. Descubra agora