CINQUENTA E QUATRO

3.6K 345 48
                                    

VIRGÍNIA

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

VIRGÍNIA

- A senhora tem certeza que quer entrar aí sozinha? - o motorista que eu nem lembrava o nome questionou ao parar o carro em frete ao que devia ser um motel de beira de estrada caindo aos pedaços. - Não é melhor falar com o senhor Ângelo? Ou a senhora Acsia?

Eu respirei fundo antes de sair do carro, sem me dar ao trabalho de responder o homem irritante. Eu nem o conhecia até horas atrás, então a opinião dele não importava nada pra mim, embora, eu devesse realmente falar com outra pessoa, em vez de sair correndo para um endereço suspeito depois de uma mensagem anônima ainda mais suspeita.

Não havia nenhum recepcionista, funcionário ou qualquer sinal de vida quando entrei, então, eu apenas subi os dois primeiros lances de escadas até chegar na porta que exibia o número 12 em uma tinta amarela fraca e descascada.

Toquei a maçaneta incerta. Respirei fundo, torcendo para ser uma maldita emboscada, por que eu preferia levar um tiro do que ver pessoalmente a cena da foto, protagonizada por Ângelo.

Na imagem meio borrada e mal iluminada, meu marido estava deitado em uma cama, com nada cobrindo seu corpo nu.

- Ângelo, acorde - uma voz que eu conhecia muito bem me fez soltar a maçaneta e dar dois passos para trás, prendendo a respiração. - Ângelo, meu amor, minha irmã vai chegar a qualquer momento...!

Flora.

Engatilhei meu revolver. 

Isso só pode ser um maldito pesadelo.

- O que... - Ângelo tossiu, a voz rouca - O que? Saia! Sua pirralha maldita, não me toque! - ele urrou - Saia de perto de mim!

- Ângelo, meu amor....

- Não me toque! - ele gritou novamente e eu ouvi um baque, o som de um corpo se chocando no chão.

Eu apenas chutei a porta, a dobradiça cedeu e ela caiu de uma vez no chão, apontei a arma para o quarto e minha visão ficou vermelha ao ver Ângelo na pequena cama, tentando cobri seu corpo, enquanto Flora estava sentada no chão, com uma expressão de dor.

- Virgínia, eu posso explicar - ele disse rapidamente. - Não sei o que aconteceu, mas eu juro que não é o que parece!

- Vista suas roupas - eu disse entre dentes para Ângelo, meu revolver apontado para ele.

- Anjo, amor, por favor.

- Vista-se e saia daqui - repeti impaciente e ele fez, vestindo a cueca box e saindo do quarto com o resto das roupas nas mãos, enquanto Flora me olhava sorrindo, ainda sentada no chão, um sorriso vencedor, mas eu não era uma puta idiota.

- Oh, irmãzinha, por favor, não fique chateada, sim? - ela se levantou e passou as mãos pelo vestido florido e rodado que usava - Era evidente que Ângelo ia cair em si mais cedo ou mais tarde.

À PROVA DE BALASOnde histórias criam vida. Descubra agora