SESSENTA E DOIS

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VIRGÍNIA

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VIRGÍNIA

Minha respiração falhou e eu só queria que Acsia estivesse nessa maldita festa para fazer alguma coisa.

— É do... - engoli seco — Seu marido? - perguntei esperançosa, mas já sabia a resposta.

Antônia desviou o olhar, negando com a cabeça.

Olha, que beleza.

— Tem certeza?

— Faz meses que eu não deixo Omar tocar em mim. - ela desviou o olhar novamente — A última vez que eu fiz sexo foi no seu casamento, e antes disso, fazia meses.

Fiz careta, me lembrando do momento em que descobri sobre eles dois.

— Sem camisinha? - a olhei indignada e Antônia encolheu os ombros.

— Não foi planejado.

Ficamos em silêncio por alguns instantes, até eu falar novamente.

— E o que planeja fazer?

— Não faço ideia - as lágrimas continuaram a descer por seu rosto — Eu estou desesperada. Logo a barriga vai começar a aparecer e eu não vou ter como explicar para ele como eu fiquei grávida, e agora que ele suspeita que eu estou traindo ele, Deus, ele vai me matar.

— Você... você quer esse bebê?

— Mais que tudo. - sussurrou — Mas eu não posso trazer uma criança inocente para o inferno que eu vivo, Virgínia. Não posso e não vou. Se Omar não me matar quando souber que estou grávida de outro homem, ele vai esperar eu dar a luz e vai usar esse bebê pra se vingar de mim, Virgínia. Eu não posso ser a responsável por isso. Não posso.

Sem saber o que fazer, me aproximei relutante e apenas a abracei.

— Eu sinto muito. - sussurrei e ela me apertou com o que pareceu ser todas as suas forças até eu estar sem ar.

— Eu também... - ela se afastou, e limpou o rosto com as mãos, a maquiagem completamente borrada. — Eu conheço uma mulher que faz esse tipo de trabalho. A data já está marcada.

Pensei em me oferecer para acompanha-la, mas eu não iria correr o risco de colocar Ângelo e Acsia em perigo caso fossemos pegas. Eles eram mais importantes que tudo, mesmo que eu quisesse muito ajuda-la.

— Você queria avisar para o Raul?

— Eu só queria vê-lo... mas, você está certa. É perigoso que nunca.

— E estúpido.

Ela sorriu e fungou, virando-se para o espelho da pia, fazendo uma careta para a própria aparência bagunçada.

— O amor não é assim? Perigoso e estúpido?

Fiquei calada. Era mesmo.

— Você... porque você não foge? - sugeri,  me arrependendo no mesmo instante.

À PROVA DE BALASOnde histórias criam vida. Descubra agora