VIRGÍNIA
Minha respiração falhou e eu só queria que Acsia estivesse nessa maldita festa para fazer alguma coisa.
— É do... - engoli seco — Seu marido? - perguntei esperançosa, mas já sabia a resposta.
Antônia desviou o olhar, negando com a cabeça.
Olha, que beleza.
— Tem certeza?
— Faz meses que eu não deixo Omar tocar em mim. - ela desviou o olhar novamente — A última vez que eu fiz sexo foi no seu casamento, e antes disso, fazia meses.
Fiz careta, me lembrando do momento em que descobri sobre eles dois.
— Sem camisinha? - a olhei indignada e Antônia encolheu os ombros.
— Não foi planejado.
Ficamos em silêncio por alguns instantes, até eu falar novamente.
— E o que planeja fazer?
— Não faço ideia - as lágrimas continuaram a descer por seu rosto — Eu estou desesperada. Logo a barriga vai começar a aparecer e eu não vou ter como explicar para ele como eu fiquei grávida, e agora que ele suspeita que eu estou traindo ele, Deus, ele vai me matar.
— Você... você quer esse bebê?
— Mais que tudo. - sussurrou — Mas eu não posso trazer uma criança inocente para o inferno que eu vivo, Virgínia. Não posso e não vou. Se Omar não me matar quando souber que estou grávida de outro homem, ele vai esperar eu dar a luz e vai usar esse bebê pra se vingar de mim, Virgínia. Eu não posso ser a responsável por isso. Não posso.
Sem saber o que fazer, me aproximei relutante e apenas a abracei.
— Eu sinto muito. - sussurrei e ela me apertou com o que pareceu ser todas as suas forças até eu estar sem ar.
— Eu também... - ela se afastou, e limpou o rosto com as mãos, a maquiagem completamente borrada. — Eu conheço uma mulher que faz esse tipo de trabalho. A data já está marcada.
Pensei em me oferecer para acompanha-la, mas eu não iria correr o risco de colocar Ângelo e Acsia em perigo caso fossemos pegas. Eles eram mais importantes que tudo, mesmo que eu quisesse muito ajuda-la.
— Você queria avisar para o Raul?
— Eu só queria vê-lo... mas, você está certa. É perigoso que nunca.
— E estúpido.
Ela sorriu e fungou, virando-se para o espelho da pia, fazendo uma careta para a própria aparência bagunçada.
— O amor não é assim? Perigoso e estúpido?
Fiquei calada. Era mesmo.
— Você... porque você não foge? - sugeri, me arrependendo no mesmo instante.
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À PROVA DE BALAS
Romance"Proteja seu Coração" Virgínia Caccini nem sempre foi a mulher culta que podia correr em seus scarpins em meio a um tiroteio. Virgínia - antes - Laurent, não foi criada para ser uma esposa troféu. Durante toda a sua vida, ela treinou para se torna...