VINTE E SETE

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VIRGÍNIA 

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VIRGÍNIA 

Depois do almoço, Acsia pediu um tempo para resolver alguns assuntos importantes, mas, pediu que às três horas eu fosse até seu escritório para que pudéssemos começar a ver alguns detalhes para a recepção de noivado, enquanto isso, ela disse que eu devia ir listando coisas que eu gostava, como a cor de vestido, as flores para os arranjos das mesas, o tipo de decoração e mais uma lista enorme de coisas que me fizeram querer gritar, mas eu apenas assenti, fingindo estar confiante.

Era minhas primeira tarefa desde que eu havia chegado, então não ia decepciona-la. Iria ser a melhor recepção de noivado de todos os tempos!... Embora, eu nem soubesse por onde começar.

Sentada na escrivaninha do meu quarto, encarando a folha em branco a minha frente enquanto eu batia repetidamente a caneta que eu segurava entre os dedos na mesas, eu soltei um suspiro.

Era mais difícil do que eu pensava.... Talvez se eu tivesse passado mais tempo ouvindo as conversas da minha mãe com Flora, ou prestado atenção nos raros eventos que eu ia, seria mais simples.

O tempo passou e passou, mas a única coisa que eu havia decidido era que eu queria um vestido preto.

Se eu tivesse pego minhas coisas, eu estaria usando o mesmo vestido preto que usei no dia em que conheci os Caccini. Eu amava aquele vestido... Talvez conseguisse encontrar um parecido ou até mesmo igual, se eu tivesse alguma sorte.

Batidas na porta me fizeram fechar a agenda de capa marrom que Jean me entregou junto com a caneta antes de ir abrir, apenas para garantir que se fosse Ângelo, ele não ia tirar sarro da minha cara por ser péssima em organizar um evento, mas, novamente, não era ele.

— Ainda não são três horas - eu disse a Jean com um sorriso, mas fiquei em alerta quando vi que haviam duas garotas que eu não conhecia atrás dele. — Como posso ajudar?

— Essas senhoritas estão aqui para tirar suas medidas para o vestido - Jean disse dando espaço para que as duas garotas que não pareciam ser tão mais velhas que eu, invadissem meu quarto, notei que uma carregava uma prancheta e a outra uma fita métrica. — Elas são do ateliê que produzem as roupas da família.

— Entendo. - eu limpei a garganta olhando entre elas duas — Muito prazer, eu sou Virgínia Laurent.

— Em breve, Virgínia Caccini - a voz de Ângelo ecoou pelo quarto e quando eu ergui o olhar, ele estava parado na porta, com o ombro encostado na baguete da porta. Ele estava sorrindo daquela forma irritante, como sempre.

Notei que uma das garotas pareceu prender a respiração e isso me deixou levemente incomodada, mesmo que eu não soubesse o motivo.

À PROVA DE BALASOnde histórias criam vida. Descubra agora