QUARENTA E SEIS

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VIRGÍNIA 

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VIRGÍNIA 

Ângelo não apareceu para o almoço e eu controlei minha vontade de perguntar sobre ele. Meu pai geralmente não almoçava em casa e sempre era por conta de seus deveres, agora que Ângelo não era mais o "herdeiro" e sim o homem da casa oficialmente, sua presença se tornaria ainda mais rara e eu tentei ignorar o incomodo que se senti ao me dar conta disso. Eu tinha me acostumado, mesmo que de forma inconsciente a sua presença quase frequente e os dois que estivemos juntos, o tempo inteiro a disposição um do outro, só aumentou isso e agora, eu tinha que lidar com esse pequeno problema. 

Passei o resto da tarde com Acsia, ela estava me dando instruções sobre... tudo e eu quase pulei de alegria quando ela disse que precisava de uma pausa, que se estendeu pelo resto o dia. Ela parecia realmente cansada e abatida, mesmo tentando não demonstrar isso, novamente, eu engoli a volta de perguntar se ela estava bem, se havia algo acontecendo ou se eu poderia ajudar com algo, e apenas voltei para meu quarto e fiz o que me foi instruído, como uma boa nora deveria fazer, já que eu não tinha muita escolha de qualquer forma. Eu apenas tive que ignorar a vontade súbita de bater em algo e me concentrar nas minhas tarefas. 

Mas poderia um soldado se tornar uma esposa troféu da noite pro dia? Bom, eu estava sentindo na pele que não era tão fácil quanto parecia, mas não era tão ruim também, de qualquer forma, eu tinha apenas que me acostumar, e eu estava quase totalmente adepta a ideia de não precisar me colocar em risco ou duelar com homens geralmente o dobro do meu tamanho, embora tivesse certeza que, nenhum brunch poderia fazer a adrenalina correr em minhas veias da forma que correr riscos de morte era capaz. 

Na hora do jantar, Acsia não apareceu a mesa e Jean disse que ela acabou dormindo mais cedo, no fim das contas, eu pedi para comer no meu quarto, mas a sensação de que algo estava errado crescia a cada instante que eu passava sozinha. 

Eu estava prestes a ir até o quarto de Acsia, quando a porta foi aberta e Ângelo entrou no quarto. Ele parecia exausto. 

— Sinto muito - foi a primeira coisa que ele disse — Não consegui chegar a tempo para jantar com você. Foi tudo uma merda hoje, muita coisa acumulada... 

— Pensei que sua mãe estivesse cuidando de tudo - eu comentei o ajudando a tirar a primeira peça do terno que ele estava usando. 

— Do que ela podia, mas existem coisas que só homens podem fazer, embora eu tenha certeza de que ela gostaria muito dessas coisas - ele comentou não parecendo muito interessado em se aprofundar mais sobre o assunto e sinceramente, eu já tinha muita coisa na minha cabeça para querer saber dos problemas da máfia... ainda não era minha responsabilidade. 

— Entendo - minha voz ecoou baixa pelo quarto — Você devia ir tomar um banho, você parece péssimo - eu o provoquei com um sorriso —  Eu vou pedir para trazerem alguma coisa pra você comer, tudo bem? 

À PROVA DE BALASOnde histórias criam vida. Descubra agora