TRINTA E CINCO

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VIRGÍNIA

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VIRGÍNIA

Foi a primeira vez que eu me deixei levar. Eu bebi, dancei, beijei, cantei com desconhecidos enquanto Ângelo me assistia sorrindo, me permitindo fazer o que me dava vontade, me incentivando a ir mais e mais longe, a viver tudo que nunca esteve ao meu alcance.

O sol estava nascendo quando finalmente voltamos para casa, e, por sorte, não fomos pegos. Se Acsia suspeitava de algo, ela não disse.

Eu estava tão eufórica que por um momento me desliguei do mundo e das obrigações que eu tinha, obrigações que me deram um tapa na cara nas semanas seguintes.

Fiquei atolada de afazeres e compromissos sociais, além das aulas que eu tinha de etiqueta para melhor pontos que estavam em falta, e aulas história, Acsia queria que eu soubesse mais sobre a família Caccini e sobre a Cosa Nostra. O que rendeu noites em claro para ler livros que nunca foram lançados para os de fora.

Essa era a parte boa. Ler, aprender coisas novas nunca foi um problema pra mim, mas, socializar era, embora eu estivesse me esforçando.

Diferente do que pensei, em todos os eventos sociais que fui, brunchs, almoços, jantares, festas de aniversário, e até um noivado acomonhando Acsia, as pessoas me trataram da melhor maneira possível, sendo atenciosas e extremamente educadas.

Nesse mais de um mês, eu fiz amizade com algumas garotas que tinha idade próxima a minha, uma delas já era casada, ela se chama Yeter Santoro, mas a outra havia acabado de fazer dezoito anos. Ela era alegre e espontânea, o que me lembrava um pouco Flora.

Yeter Santoro era um pouco mais alta que eu, seu cabelo era um loiro longo e tinha os olhos azuis. Ela parecia uma modelo e era terrivelmente bonita, mas era um doce de pessoa.

Eugênia Colombo era baixinha e tinha mais curvas que eu, ela tinha o cabelo castanho mel, e tinha olhos verdes enormes e uma boca em formato de coração.

Fisicamente ela não se parecia muito com Flora, mas a forma de se sentir era parecida com a da minha irmã mais nova, embora Eugênia parecesse ser um pouco mais comportada que Flora.

A prova disso era ela sorrir de forma doce para um grupo de senhoras perto demais da cova que estavam falando a dez minutos quantos filhos elas já tinham na idade dela.

Levei a xícara de cha até a boca e tomei um gole, sentindo o frescor do hortelã, tentando não fazer uma careta enquanto assistia a cena. Eu fui apenas ao banheiro, mas quando voltei, ela tinha sido atacada por todos os lados.

Estávamos em um chá da tarde que foi organizado por Yeter em sua nova casa. Ela havia se mudado recentemente da casa dos sogros, onde morou por alguns meses depois de se casar. Ela estava casada com Pablo Santoro fazia menos de um ano.

À PROVA DE BALASOnde histórias criam vida. Descubra agora