QUATORZE

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ÂNGELO

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ÂNGELO


— O que você fez para convencer Virgínia a aceitar se casar com você? - Raul perguntou entrando no meu quarto sem bater na porta enquanto eu estava terminando de me preparar para meu jantar de noivado oficial. Eu não podia estar mais feliz — Tia Acsia me disse que ela decidiu que vai casar com você, ela está falando sério?

— Eu disse a você - eu arrumei minha gravata olhando meu reflexo no espelho — Eu sempre tenho o que eu quero.

— Você não a ameaçou, certo? - ele riu se jogando na poltrona que ficava perto da lareira em frente a cama.

Ela não - me virei para ele abrindo um sorriso para continuar — A irmã dela.

Cazzo! - Raul gargalhou alto — Você é louco.

— O amor deixa as pessoas loucas - respondi e ele só riu mais alto — Estou falando sério, seu idiota. - murmurei me virando para olhar para ele. Assim como eu, Raul estava formalmente vestido, mesmo que eu não quisesse que ele nos acompanhasse até a casa de Virgínia, ele continuava dizendo o quanto minha mulher era bonita e isso me irritava, eu tinha olhos, ele não precisava me dizer nada, muito menos a ela.

— Você acha mesmo que é capaz de amar alguém? - agora ele estava falando sério — Porra, mil vezes porra...! Eu tenho pena dela. O amor de gente como você é pior que o ódio.

— Como você sabe?

— Porque somos iguais, meu amigo - Raul sorriu de forma diabólica. — Eu não esperava que você fosse se apaixonar assim, tão rápido.

— Virgínia tem alguma coisa que me deixa encantado - dei de ombros. Não conseguia explicar, talvez fosse pelas circunstâncias, por nosso começo perturbado, mas ela era minha e isso era a única coisa que importava, eu não precisava de mais por enquanto. Era melhor isso do que dizer que estava meio obcecado por ela.

— Boa sorte para nossa encantadora Virgínia.

— Minha Virgínia, Raul. Minha.

Meu amigo gargalhou novamente.

— O que veio fazer aqui? - quis saber, já cansado daquela conversa.

— Tia Acsia está pronta para irmos.

— Você não devia estar indo.

— Eu tenho que ir para amenizar o clima pesado entre vocês - ele deu de ombros.

— Ângelo! - a voz da minha mãe ecoou como um grito estridente e Raul arregalou os olhos. 

À PROVA DE BALASOnde histórias criam vida. Descubra agora