TRINTA E SETE

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VIRGÍNIA

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VIRGÍNIA

O dia anterior ao casamento foi uma completa loucura e eu quis chorar de felicidade quando caí na minha cama, pronta para dormir. Havíamos passado o dia vistoriando tudo. Da decoração, o vestido das minhas "madrinhas", que foi algo preparado de última hora, a roupa de Ângelo, que estava aguardando apenas a minha aprovação, assim como o vestido de Cassy, as flores do meu boquê, as bebidas e comidas que seriam servidas na recepção, a marcha nupcial, a orquestra da recepção... Minha cabeça estava prestes a explodir.

O local onde seria realizado a cerimônia  de casamento propriamente, que era uma igreja  centenária, estava já decorando e pronto para a cerimônia, que seria realizada às seis, seria celebrada por um Arcebispo que era conhecendo da família Caccini.

Lá seria também eu eu teria meu dia de princesa, como Acsia disse, já que haviam quartos para nos preparar lá, além do mais, era tradição familiar usar a igreja durante toda a cerimônia de casamento, menos a recepção, que aconteceria nos Jardim da mansão Caccini.

Mesmo com o dia sendo corrido e estressante, eu não conseguia parar de pensar em Ângelo e isso era... irritante. Eu não o tinha visto nenhuma vez se quer duramteo dia, e estava aflita em relação a isso, extremamente preocupada, mesmo que não tivesse motivos para isso.

Perdi a noção do tempo enquanto rolava de um lado pro outro, e fechava os olhos com força, em uma tentativa falha de cair no sono. Finalmente, me dei por vencida e segui meus instintos.

Jogando as pernas para fora da cama, eu vesti um hobby azul para cobrir meu pijamas preto com listras cinzas nada elegantes e sai do meu quarto, torcendo para que não fosse pega por Jean e pior ainda, por Acsia.

Quase inconscientemente, andei pelos corredores mal-iluminados até chegar ao quarto de Ângelo, que eu originalmente não sabia onde era, mas, depois de todo tempo morando ali, foi impossível não acabar sabendo onde ficava cada cômodo, ocasionalmente. 

Respirando fundo e lutando contra a minha parte racional, eu toquei a maçaneta e arfei quando a porta se abriu. O quarto estava com as luzes acessas e aparentemente vazio, mas eu podia ouvir o som do chuveiro ligado. Entrei no quarto e fechei  a porta atrás de mim, passando a chave, apenas para garantir.

Me sentei na cama, impaciente e nervosa... Talvez ter invadido o quarto de Ângelo não tenha sido uma das minhas ideias mais brilhantes, mas ele fazia isso o tempo todo! Eu só queria vê-lo... apenas isso. Eu não estava fazendo nada de errado, tecnicamente. 

— Virginia? - a voz de Ângelo me fez pular assustada, eu estava ocupada demais encarando minhas unhas feitas para perceber que ele estava parado seminu na porta do banheiro. 

— Sim? 

— Não me entenda, mal, anjo - ele disse lentamente, encostando seu ombro na moldura da porta, em uma pose relaxada, enquanto cruzava os braços — Eu realmente adorei a visita, pra caralho, mas, o que porra você está fazendo aqui? 

— Eu devia ir - sussurrei, mais pra mim mesma do que pra ele. Ângelo tinha razão, o que eu estava fazendo ali? Eu estava ficando louca, era a única explicação.  

— Não ouse dar um passo - a voz de Ângelo não passou de um rosnado. Ergui o olhar para ele, que agora vinha em minha direção a passos largos, uma expressão sombria em seu rosto bonito. Arfei surpresa quando ele me segurou pela lateral dos meus braços, e se curvou para olhar nos meus olhos — Não se comporte como uma garotinha covarde e me diga o que você veio fazer aqui. 

— Ângelo... - eu engoli seco, desviando o olhar. Eu estava me sentindo totalmente indefesa e incapaz, mas eu não era uma garota covarde. Reunindo toda a minha coragem e deixando de lado qualquer resquício de bom senso que me restava, eu ergui o queixo para ele — Passei o dia pensando em você - sussurrei e foi como se um peso fosse tirado das minhas costas no mesmo instante — Queria ver você. Vamos nos casar amanhã e eu estou assustada pra caralho... Eu só queria ter certeza de que... 

Ângelo umedeceu os próprios lábios, sua respiração estava irregular e o aperto em meus braços ficou ainda mais forte. 

— Certeza de que, anjo? - ele perguntou, a voz grave e arrastada, como se ele não conseguisse nem mesmo falar. 

Como resposta, eu apenas me inclinei um pouco e toquei seus lábios. Ângelo não precisou de mais nada para deslizar os braços para minha cintura e me puxar para mais perto, enquanto invadia minha boca com sua língua, em um beijo exigente e sedento, que pareceu acalmar meu coração, mas inflamar todo o resto. Passei meus braços por seu pescoço, sentindo sua pele molhada em minhas mãos, assim como o cheiro da sua loção de barbear e do sabonete... Ângelo deixou minha boca e desceu beijos molhados por meu pescoço, me fazendo morder meus lábios para não gemer descontroladamente. 

— Anjo... - ele beijou e lambeu, mordiscou e chupou, me deixando com as pernas fracas, seu toque mandava sinais para todo meu corpo, que parecia eletrizado. 

Eu queria mais.... muito mais. Eu queria qualquer coisa que ele fosse capaz de dar. 

— Ângelo - eu o puxei pelos cabelos, até sua boca estar de volta na minha — Por favor... por favor - pedi contra seus lábios. 

— O que você quer de mim, anjo? - ele perguntou, suas mãos agora estavam em minha bunda, apertando de forma provocadora, e parecia que seus dedos estavam em minha pele, sentia tudo queimar como se eu não estivesse vestida — Peça - ele ordenou — Eu vou te dar qualquer coisa - ele gemeu quando desci meus lábios por sua mandíbula e pescoço, fazendo o que ele estava fazendo em mim não muito antes. — Qualquer coisa. 

— Eu não sei... - respondi sorrindo contra sua pele — Só... você - sussurrei — Eu quero você, Ângelo. Por favor, por favor.

— Se for um maldito sonho, eu vou matar alguém - ele devolveu, envolvendo meu rosto em suas mãos, me fazendo olhar para ele — Diga de novo - pediu. 

— Eu quero você, Ângelo Caccini. 

Ele fechou os olhos, xingando baixinho. 

— Virginia, vá para seu quarto ou eu vou foder com tudo - ele sussurrou — Hoje não podemos. Não posso fazer isso com você. - ele abriu os olhos novamente e, parecia estar doendo cada palavra que saia de sua boca — Eu quero você, porra, desde o primeiro dia, mas não podemos agora, você sabe. 

— Eu sei... - sussurrei, me dando conta do que eu tinha feito, do que eu tinha pedido... do que eu queria. Do que eu ainda queria. — Eu deveria ir. 

— Sim - ele se curvou e beijou meus lábios com uma ternura quase assustadora, antes de se afastar — Amanhã - ele disse, e eu entendi a promessa na única palavra. 

— Amanhã. - devolvi e saí do seu quarto, sentindo minhas pernas fracas e meu coração acelerado. 

Eu não tinha certeza como acabei no meu quarto depois disso, mas, tive que recorrer aos meus dedos para aliviar tudo que eu estava sentindo, o que não passou de uma tortura prazerosa, enquanto eu pensava em qual seria a sensação de seus dedos no lugar dos meus. 

Amanhã. 

Amanhã. 


À PROVA DE BALASOnde histórias criam vida. Descubra agora