CINQUENTA E UM

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VIRGÍNIA 

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VIRGÍNIA 

O marido de Yeter, Pablo, veio busca-la pouco depois das quatro da tarde. A essa altura, eu e Eugênia estávamos pra lá de alteradas, deitadas no chão da biblioteca com algumas garrafas de champanhe meio vazias ao nosso redor. No momento em que a loira com porte de modelo saiu do cômodo, Eugênia caiu em prantos, como se ela estivesse se segurando a tarde inteira.

Ela se arrastou até conseguir me abraçar e chorou contra meu ombro, manchando meu vestido com lagrimas e... coisas de uma cor estranha. Eu ri internamente, me sentindo péssima por toda a situação. 

— Eu sinto muito, Eugênia, sinto muito - sussurrei a embalando em meus braços — Você não precisa se casar com Raul, querida, não precisa, eu posso conversar com Ângelo. Nós podemos dar um jeito. 

— Eu estou tão magoada - quase não consegui entender suas palavras, sua língua estava enrolada por conta da bebida e do choro. — Depois de anos sonhando em me tornar sua maldita esposa, eu descubro que ele ama outra mulher. Séria ótimo, certo, se agora eu não tivesse mesmo que me casar com ele. Eu preferia não saber de nada, a ignorância é uma benção, as pessoas sempre dizem isso e eu concordo... agora eu concordo, se eu não tivesse descoberto isso, e agora estaria feliz, radiante... em vez disso, eu estou bêbada e chorando no chão da sua biblioteca! - as palavras saíram confusas, misturada junto com uma enxurrada de lagrimas, a magoa estava evidente em cada uma delas e naquele momento eu quis matar Raul. 

Eugênia chorou por mais o que pareceu ser uma eternidade e então, ela adormeceu em meus braços, ainda jogadas no chão da biblioteca. Não sei quanto tempo nós ficamos assim, até Ângelo entrar no cômodo, sua expressão passou de confusa para cômica e então, ele tirou Eugênia de cima de mim, a deitando no sofá onde estávamos no inicio da tarde. 

— O quanto você bebeu, amor? - ele perguntou me puxando para cima sem nenhum esforço. Com medo de cair, me segurei em seus ombros, sentindo minhas pernas fraquejarem. 

— Um pouquinho só - eu disse, minha voz saindo mais arrastada do que eu esperava. Notar isso me fez soltar uma risada estranha e Ângelo me olhou divertido. — Eu juro, foi só um pouquinho. 

— Eu sei, confio em você - ele riu novamente e então, me empurrou de forma suave até eu estar apoiada em algo, sentada no — Você vai ficar sentadinha aqui e vai beber água enquanto eu levo sua amiga desmaiada para um quarto, certo? Se você levantar vai acabar caindo, você está um pouquinho bêbada, amor. 

Assenti e fechei os olhos, me sentindo repentinamente enjoada, quando os abri novamente, tive apenas o vislumbre de Ângelo segurando Eugênia nos braços ao sair da biblioteca, eu pensei mesmo em beber o copo de agua que estava na minha mão, mas apenas o coloquei sobre a mesinha disposta ao lado do sofá, fechando meus olhos novamente até ouvir os passos de Ângelo voltando pra mim. 

À PROVA DE BALASOnde histórias criam vida. Descubra agora