A primeira.

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"Ei, tá por aí? Queria conversar..." Surgiu na tela de bloqueio da psicóloga, quase às 00:34, quando ela bêbada de vinho, mais uma vez, estava prestes a dormir.

Havia acabado de tomar um belo banho gelado, porque dessa vez sentiu as coisas esquentarem. Até pensou em chamar a moça, já que se faziam três dias desde a sua primeira conversa com ela, porém desistiu e decidiu ficar com a excitação que sentia todinha para si.

"Engraçado" Genevive mandou no mesmo minuto, nem ao menos se segurou por um tempo ou avaliou se era bom iniciar um diálogo.

Era tarde, acordava cedo e tinha trabalho que a obrigava estar disposta, e atenta. Com sono é de conhecimento geral que o desempenho de funções é prejudicado. Precisava ter boas horas de sono para aguentar as longas horas acordada, e bem acordada.

"Você parece adivinhar quando estou bebendo e manda mensagem na mesma hora" Precisou comentar da curiosidade, foi tão natural.

"Não sei você, mas me transformo quando uma gota de vinho cai no meu organismo" A psicóloga seguiu a confessar, querendo realmente dar um ar mais íntimo a fim de fazê-la entender o seu estado corporal.

"A uva tem lá o seu teor afrodisíaco.  Fico em um estado complicado ao beber álcool, mas não chego perto ao que sinto ao consumir vinho. Entendo você, as labaredas do inferno me engoliriam se fizessem um compilado de tanta coisa que eu já falei ou pensei nesse estado" enviou García após beber um belo gole do vinho que estava em sua taça, cruzou as pernas e se balançava levemente de um lado para o outro em sua poltrona com rodinhas.

"É uma pena que não foi possível você escutar a gargalhada que eu dei agora" Genevive respondeu ainda rindo porque a compreendia.

"Vamos brindar, amor? Dividimos do mesmo estado corporal e do mesmo drink. Resolvi me servir com uma taça, acabei no final pensando em você" sugeriu ela, servindo-se com mais.

Fez a psicóloga pensar se era uma boa ideia ingerir mais daquilo já que havia conseguido baixar a intensidade do que sentia, porém os olhos passaram na mensagem e na garrafa quase no final que estava em cima da sua mesa. Mais um pouquinho só não faria mal algum, pensou ela. Que mal tinha terminar aquela garrafa?

"Um brinde então a tudo que temos para compartilhar" Escreveu, apanhando a bendita garrafa e arrancou a sua rolha. Ergueu para o alto e virou na boca não chegando a beber todo, sentiu o gosto que lhe agradava bastante. Era uma grande fã de vinhos suaves.

"Preciso processar essa mensagem direito. Em seu momento de calor, pensou em mim? Estava fantasiando comigo?" A psicóloga precisou voltar na conversa e reler aquilo mais algumas vezes, não se conteve ao perguntar.

"Hahaha. Você é até instigante, De Lucca, mas não consigo fantasiar com o que ainda não tem forma pra mim" Foi sincera, atingindo um lado da parceira que ela não conhecia, mas que havia sido avisado no início da conversa.

"Não tenho forma? Sabe bem que tenho dois dedos que conseguem fazer um trabalho bem satisfatório. " Gen analisou a mensagem e sentiu até a mão tremer para enviar, mas foi corajosa o suficiente para manter aquilo que queria dizer de verdade.

"Só dois, amor? Preciso de mais, só isso não me satisfaz" García se surpreendeu, até ergueu as sobrancelhas, mas é óbvio que no fim respondeu a altura com o lábio inferior entre os dentes.

"Quantos você me pedir, você quem manda" Respondeu, mostrando que se deixava estar a mercê da dominância da mulher.

"Eu teria te bloqueado agora mesmo, mas você me faz querer ficar. Essa sua ousadia de achar que pode comigo, me faz querer ficar... Interessante." García sentiu a necessidade de ser sincera com ela em relação ao que estava sentindo, justamente para que a outra moça tivesse noção da sua importância naquele momento.

Quer se divertir? É só mandar uma mensagem. - Lésbico.Onde histórias criam vida. Descubra agora