Gosto de quero mais.

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— Bom dia, paixão. — Disse preguiçosa e até bem manhosa.

— Hum, voltamos com os apelidos foi? — Gen questionou coçando os olhos. Havia sido despertada pela ligação não esperada. — Você também chama a outra moça da foto de paixão? — Cutucou, não conseguiu guardar por muito tempo que havia ficado incomodada com a postagem.

— É exclusividade sua, como todos os outros. — Precisou rir porque não esperava do nada uma dessas.

— Me engana que eu gosto. — Debochou, se dando o direito de ficar deitada por mais algum tempinho.

— Dormiu bem? — Foi atenciosa, aproveitando para trocar de roupa e realizar seus afazeres.

— Na verdade, dormi sim. — Assentiu com a cabeça.

— Com certeza sonhou comigo. — Soltou em brincadeira e ouviu uma gargalhada.

— Que descarada. — Acusou achando-a muito audaciosa. Quem costumava se comportar assim não era ela.

— Sempre fui, tá percebendo agora? — Perguntou trazendo para o diálogo uma pitada de si que Gen já conhecia e que poderia retornar, caso sua companheira deixasse.

— Ah não, eu só tô reafirmando um fato. — Comentou e fez a outra rir.

— Deixa eu voltar pra sua vida, vai. — Pediu, sem se conter. Queria mostrar o quanto sentia falta dela.

— Não compreendo o sentido em que está falando. — Demonstrou sua confusão. — Porque se for em constância tudo bem, mas emocionalmente você ainda está aqui. — Foi bem objetiva, não estava a fim de seguir escondendo informações mais. Até mesmo se a mulher quisesse saber seu nome, dessa vez falaria. — Mas é difícil falar de você e não pensar em nós, por fim acabar chegando no mesmo ponto.

— Em que ponto? — Questionou em interesse, sentindo o coração pesar pela maneira em que ela falava.

— Você não quer um relacionamento, García. — Pontuou, recordando-se da conversa específica que tiveram. — Mas imagino que esteja a fim de ter, comigo, a exclusividade de um, sendo que ela não vai ser recíproca da sua parte. — Esperou por uma resposta, mas obteve silêncio e por isso preferiu seguir falando. — Você acha que nós conseguiríamos chegar em algum lugar? Ou tá pedindo pra voltar pra minha vida por causa de uma recaída emocional que provavelmente vai te fazer me dar um pé na bunda de novo e eu vou sentir tudo de novo? Não é querendo jogar as coisas em sua cara e nada do tipo, não tô sendo agressiva, mas tô tentando tocar em pontos que nós iremos ver mais a frente.

— Não quer mais deixar as coisas rolarem? — Nem ela sabia mais o que estava perguntando, eis que o bombardeio de informações reais havia sido muito grande e precisava de um tempo pra colocar as suas ideias de volta no lugar.

Não era que García estivesse a fim de curtir com a cara de Genevive, ficar tendo conversas de casal e comportamentos como tal mesmo sem ter um compromisso, mas a questão é que nós não pensamos quando agimos por impulso. As vezes uma atitude leva a outra e a outra, no final só conseguimos enxergar tudo o que se sucedeu após as atitudes impensadas quando estamos lá no fundo, quando as situações e problemas já tem raízes profundas.

Nesse caso, uma conversa levou a outra, uma entrega a outra e García agora chegou no ponto de que, havia sido tão bom e envolvente que seus sentimentos queriam repetir o mesmo erro ainda que no final também tenha doído para si dizer que precisava de um tempo e que estivesse doendo agora na tentativa de reconquista-la.

Os sentimentos, sem a razão, podem agir de maneira totalmente inconsequente.

— Deixar rolar até onde? — Questionou querendo saber de verdade. — Até pararmos no marco onde tudo emocionalmente é grande demais e aí tudo se repete, essa conversa volta mais uma vez? — Devolveu querendo um diálogo sério dessa vez. — Não dá com isso de não saber seu nome, não ver seu rosto ou ouvir sua voz de verdade, não saber onde mora e coisas assim... Até quando isso dura? Não é cobrança, mas a gente sabe que quando tudo começar a crescer ainda mais, certas coisas ficarão insustentáveis.

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