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Com um tempo Jesebel se acalmou e seguiu agarrada ao corpo da namorada, quietinha enquanto soluçava. Recebia o colo necessário, ainda em silêncio Genevive a confortava como podia.
Indecisas do que fazer, a psicóloga e a advogada haviam entrado em comum acordo, ainda que meio receosas, de levarem a psiquiatra para casa. Ela reconheceu o caminho, mas seguiu sem demonstrar nada até chegarem lá, onde o carro estacionou.
Tentou enfrentar, acreditar de que era capaz, mas agarrou-se ainda mais a blusa de Genevive quando sairam do automóvel, a cada passo dado era uma reação aversiva. Em sua cabeça só imaginava abrir a porta da entrada e encontrar aqueles dois corpos no chão junto com o banho de sangue e seu odor característico. Sabia que tudo já estava limpo, mas era uma reação ao trauma que por acaso lhe deixou em um estado de desespero.
Seus olhos percorreram pela frente daquele apartamento todo apagado e ela travou, não conseguia mais andar, começou a negar com a cabeça porque havia perdido a capacidade de dizer verbalmente o quanto que não queria entrar lá, o choro foi se acumulando e saiu em um avalanche, onde ela levou as mãos até o rosto, apertando-o como se sua mente estivesse lhe martirizando com as cenas aterrorizantes.
Em compreensão Genevive tomou a frente da situação, cobrindo a imagem do apartamento com o próprio corpo e guiando a namorada de volta para o carro enquanto pedia perdão, havia sido uma ideia tola achar que ela teria condições de enfrentar aquele ambiente tão cedo, para qualquer pessoa poderia ser uma sala qualquer, para Jesebel era a cena do crime que precisou assistir e vivênciar.
Nem pensou duas vezes, bateu o martelo, Jesebel ficaria em sua casa. Pediu para que a advogada fizesse o favor de deixá-las em um outro endereço e Felícia atendeu totalmente disposta, prestativa. Pensou até em avisar antes para as mães e a irmã, mas só o fez com a sua namorada, informando que iriam para um outro lugar.
Não aconteceram alvoroços, os olhares de surpresa para com Mainá foram inevitáveis, mas a família da psicóloga manteve seu posicionamento respeitoso diante a mulher.
— Mães, essa é Jesebel, a minha namorada. — A apresentou daquele jeito mesmo, já que precisaria fazê-lo. — E ela vai precisar passar um tempo aqui.
Ela, apesar de muito ter chorado e isso ser visível em seu rosto, não tinha uma postura evitativa e acuada, até cedeu a mão e cumprimentou as mulheres, mas nenhum assunto aconteceu porque as sogras compreenderam que não era o momento. Até se compadeceram com o estado da psiquiatra e permitiram que sua filha fosse cuidar dela direito, no quarto, em privacidade, enquanto como bem receptivas que eram com todo mundo, foram tratar de dar a melhor estádia para a visita, cozinhando uma bela janta.
Assim que o casal entrou no quarto e que a porta foi fechada, novamente Jesebel abraçou a namorada, dessa vez pra matar a saudade, inalando profundamente o cheiro dela. Era difícil acreditar que ela estava ao seu lado de verdade, mesmo depois da turbulência tamanha.
— Eu também senti muito a sua falta, dengo. — Disse baixinho para ela, encarando os olhos meio esverdeados que lhe hipnotizavam. — Senti muito a sua falta, entrei em desespero, quase morro de preocupação com você. Não existiu um dia no qual eu não tentasse ir te ver. — Suas mãos seguraram as laterais do rosto dela. — Foi assustador te procurar durante todo o dia e no fim, só ter notícias suas no noticiário. — A voz embargou por causa do nó que estava na garganta. — Só queria a minha Jesebel, em meus braços, longe de tudo isso. — O olhar dela se adornou de ainda mais afeto. — Estou com saudades da sua voz, por favor converse um pouquinho comigo. — Confessou sentindo a ausência disso desde a hora que se viram naquele carro.
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Quer se divertir? É só mandar uma mensagem. - Lésbico.
RomansaGarcía; 1. Se você foi aprovado, se alegre, eu sou extremamente seleta com quem deixo me seguir. 2. Apenas mulheres são bem-vindas. 3. Não adianta, eu não vou te contar meu nome independente do quanto você insista. Uso de um pseudônimo e só atendo...