Garoa.

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Aviso de conteúdo sensível.

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— O que tanto você quer falar comigo que precisa ser pessoalmente? — Jesebel perguntou ao descer do carro.

Encarou a fachada do restaurante e depois desceu seu olhar para prima que estava lado a lado com o marido, tinha um típico sorrisão cínico. Quem não conhecia até conseguia ser enganado por ele, mas também não dava muito trabalho mudar a visão, sempre em suas primeiras palavras a máscara de boa moça caía, Lorena fazia questão de ser péssima do início ao fim, com todo mundo.

— Vamos entrar? Reservei uma mesa. — Era uma ordem, mas sempre saía em tom de questionamento.

— Não quero. — Pontuou a sua vontade, deixando a porta meia aberta para que pudesse voltar assim que possível. — Se você puder me adiantar...

— Vamos entrar, eu reservei uma mesa. — Repetiu agora sem a pergunta, bem mais séria, apanhando a mão do marido e cruzando seus dedos.

— Eu não quero, muito obrigada. — Repetiu, tentando segurar a chave do carro com firmeza para transpassar que tinha segurança, mas tremia. A encarada que recebeu foi bruta, mas se manteve quieta.

— Vamos entrar. — Disse mais firme e ofereceu sua mão, balançando os dedos, para que a prima segurasse.

Os olhos de Jesebel acompanharam aquele ato e precisou analisar, dentro do restaurante não teria como existir gritarias porque estariam no meio de todo mundo. Apesar de Lorena ser desequilibrada, quando estava com o marido tentava manter o controle no comportamento, o verbal continuava o mesmo. Se fosse embora, provavelmente seria perseguida e teria ela batendo na porta do seu apartamento, portanto escolheu.

Dos males, o menor.

Bateu a porta com força e trancou, ao observar que ela iria mesmo ficar, a prima sorriu vitoriosa agarrando-a pelo braço e puxando-a pelo estabelecimento enquanto brigava com a força dela tentando se desvencilhar do seu contato a todo custo. No fim, acomodaram-se.

Com uma expressão de poucos amigos, a psiquiatra cruzou os braços e esperou, impaciente. Não estava a fim de fazer sala, ainda mais com alguém que não queria estar perto, odiava aquela demora e Lorena sabia, por esse motivo seguia enrolando.

— Por que toda vez você precisa fazer isso? — Proferiu ao observar ela mexendo na bolsa.

— Isso? — Franziu o cenho, bem teatral. — Isso o quê?

— É muito mais fácil só dizer o que quer, preferia ter essa conversa de longe, a minha ânsia de vômito é mais controlada. — Não largava seus pertences, estava pronta para ir embora a qualquer minuto.

— Decidi ser gentil e educada hoje, mas você nunca faz por onde que eu continue sendo assim. — Depositou sua palma na mesa, em um tapa, nada forte demais, só para assustá-la. Estava pouco se fodendo para qualquer pessoa presente no estabelecimento, ultimamente seus nervos se descontrolavam rápido demais.

— Lorena, por favor, querida. — O homem loiro repousou a mão sob a dela e acariciou, tentando evidenciar que o ato havia sido exagerado.

— Quer que eu diga um "muito obrigada" por você fazer o mínimo? De que adianta se você, em poucos minutos, estará falando meio mundo de merda pra mim? Enfie sua educação no me... — Sem paciência alguma ela começou a vomitar a raiva que sentia pela prima e na mesma hora Vicent interrompeu novamente.

— Jesebel! — Interrompeu encarando-a enquanto continha a esposa, segurado ao braço dela e mantendo-a sentada na cadeira.

— Eu acho bom você se comportar hoje. — Lorena ordenou em sua voz de ameaça e para completar deu um belo pisão no pé da mulher, por baixo da mesa.

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