Com você e todas as suas facetas.

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O suceder pós pedido de casamento foi tranquilo porque felizmente Jesebel estava ao lado de pessoas que a respeitavam muito e por esse motivo entenderam que ela até poderia ter retornado a falar, mas ainda sim verbalizar era um processo difícil. Afinal era uma trava, que ficou ali por muitos dias, seria incomum que retornasse do nada, completamente falante, com total controle. É um processo, como mais um dos vários em que ela estava enfrentando.

Retornaram para casa depois do almoço e o alívio de saber que suas sogras não estavam em foi muito bom, porque para Jesebel a sensação que tinha era a de que precisaria ser apresentada a elas novamente e consequentemente estava sob a pressão de ter que agradar, agora não somente como namorada, mas como noiva, até porque se importava com a opinião das suas sogras.

Assim que Genevive fechou a porta do quarto, pós jantar, foi surpreendida pelo impacto do corpo da sua noiva no seu, apertando-a com força e forçando-a a caminhar pelo cômodo até que caíssem na cama. Foi pega desprevinida com ela por cima, envolvendo sua estrutura com os braços e soltando um suspiro rendido que fez a psicóloga rir.

— Também fiquei morrendo de saudades. — Declarou-se aceitando o corpo dela no seu e apertando-a igualmente ela fazia consigo.

— Parece que quanto mais a gente não pode, mais a gente quer. — Comentou fazendo Genevive rir e concordar.

Ainda se surpreendia com sua noiva falando, mas gostava do fato de que ela confiava e se sentia confortável de seguir verbalizando mesmo que estivesse se adaptando ainda, se mostrava vulnerável por causa dos seus constantes erros em alguma pronuncia ou quando esquecia de alguma palavra chave. O falar só é fácil para nós porque o exercemos todos os dias, ficar um tempo sem estimular a fala já causava bons danos na comunicação.

— Esse é o ponto chave, passar por cima das vontades por um bem maior. — Gen respondeu adentrando os cachos com seus dedos e trazendo-a na altura do seu rosto. — Ainda não acostumei com sua voz, toda vez que fala, o meu coração acelera. — Confessou e ouviu uma risada.

— Você gosta da minha voz, é? — Perguntou manhosa, derretendo sua noiva que até adociou o olhar.

— Eu amo ouvir você falar. — Confirmou completamente apaixonada.

— É mesmo? — Roçou seu nariz no dela e deixou que ela ficasse por cima.

— É mesmo. — Concordou contendo seu desejo de beijá-la de verdade.

— E você vai aguentar essa voz todo santo dia no seu ouvido? — Se referia a convivência mais direta que iriam precisar ter. Sabia que sim, isso tudo estava incluso na proposta, mas ouvir era o que precisava.

— Eu vou amar escutar essa voz todo santo dia, mesmo se ela estiver brava comigo, senhorita García. — Declarou em bom humor deixando um beijo na maçã do rosto dela e retornando para o contato visual.

— O que iremos fazer com ela? — Questionou precisando de um norte.

— Ela também irá se casar. — Em sua fala continha sempre um tom apaziguador e tranquilo, evidenciando para Jesebel que ela não era difícil de ser amada, somente as pessoas em seu caminho que queriam fazer parecer isso. — Disse seu nome completo no pedido, você recorda? — Questionou e a viu assentir timidamente. — Significa que, fazendo parte de você, eu quero lidar. Quero lidar com a Moreira, com a Valdez, com a Jese, com a Mainá, com a capeta de saia... — A fez rir ao recordá-la do apelido que tinha. — Inclusive com a García.

— Já falei que te amo hoje? — Questionou em brincadeira.

— Já, mas eu adoraria ouvir de novo. — Disse em bom humor, expondo seu ouvido para ela.

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