O céu fechado anuncia chuva.

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Aviso de conteúdo extremamente sensível.

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Havia acordado mais cedo que a sua companheira, nada demais, alguns minutos, por esse motivo resolveu levantar e cuidar do que precisava. Escolheu a roupa que usaria, passou, escovou os dentes e preparou um café caprichado para que pudessem tomar juntas.

Quando voltou para o quarto, Genevive já estava acordada, piscava preguiçosamente com o rosto todo amassado e muita preguiça pelo visto. Estava nua e o cobertor havia escorrido até a cintura, nada seu se expunha demais além das costas. A companheira deitou-se ao seu lado, bem pertinho, repousando logo após o rosto no ombro depois de um beijinho carinhoso.

— Bom dia, paixão. — Sussurrou passeando suas unhas bem curtas na pele branca da psicóloga. — Dormiu bem?

— Bom dia, amor. — Gen a respondeu tão preguiçosamente que demorou para falar algo simples. — Se eu pudesse dormir de conchinha contigo todos os dias, eu dormiria, faz muito bem aos meus sonhos. — Ouviu uma risada breve e recebeu mais um beijinho, sentiu o calor dela maior quando a moça subiu de vez em suas costas. — E você? — Quando Jese tomou sua mão por cima e cruzou os seus dedos, beijou o dorso da mão dela e principalmente a aliança que usava.

— Tão bem que quero que você pegue suas coisas e venha morar comigo. — Brincou com uma pitada de verdade enorme, se fosse um tempero, com certeza seria capaz de salgar uma comida.

— Você deveria parar de alimentar as minhas neuras, Jesebel. — Resmungou de maneira dramática mostrando que estava na mesma página, tudo em tom de brincadeira.

— Tudo bem, deveríamos mesmo ir com calma. — Assentiu abraçando-a por trás.

— É verdade. — Concordou fechando os olhos novamente, ainda estava totalmente sonolenta.

— Mas que tal amanhã? Dá tempo de pegar tudo, eu já ligo pro caminhão da mudança. — Soltou e ouviu a gargalhada da outra porque tinha pensado exatamente a mesma coisa.

— Eu te amo demais. — Beijou a aliança mais algumas vezes e em seguida a puxou até que a psiquiatra caísse para o outro lado, bem de frente para si, dando tempo só de se preparar para o ataque de selinhos que lhe deu.

— Eu te amo muito, meu amor. — Correspondia a todas as carícias que recebia. — Eu não disse nada quando falou sobre suas mães porque, não sei, apesar de ficar nervosa quando penso nisso, quero muito conhecê-las. — Tocou em um ponto que estava martelando em sua cabeça, precisava se justificar. — Só que não quero dar problema com as minhas coisas e quando digo coisas, estou me referindo a capacidade de destruição de Lorena. Queria ao menos que tudo estivesse encaminhado antes disso, queria curtir esse momento de apresentação em paz, sem nenhuma carga de ansiedade a mais.

— Ela te faz ficar muito pilhada, não é? — Lamentou em suspiro angustiado.

— Faz, me faz ficar muito paranóica, sabe por quê? — E a voz já embargou de automático, dando sinal para que Genevive colocasse um pouco mais de adoçante no seu olhar e na voz, porque haviam entrado em um ponto que era mais sensível do que ela imaginava. — Porque é um momento importante para mim, amor. Eu nunca conheci as mães de uma namorada, eu nunca nem tive uma namorada de fato e isso já me deixa naturalmente nervosa. — A via assentindo. — Eu quero causar uma boa impressão e Lorena está tão enraizada em minha vida que tenho medo das suas mães me verem como um problema. — Os beijinhos que recebia na bochecha lhe confortavam.

— Mas por que extamente elas te veriam como um? O que passa na sua cabeça? — Buscou compreender melhor, porque assim conseguiria confortá-la caso fosse necessário.

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