— Alô, Felícia. — Genevive falou após suspirar por finalmente uma ligação sua ter sido atendida. — Me desculpa estar te incomodando tanto nesse número, é que eu não sei o que fazer, estou perdida, ninguém me dá notícias dela ou de nada. Tudo que tenho é o jornal e eles ficam reforçando a tese de que foi por dinheiro, sinceramente eu não acredito nisso e eu estou em desespero. — Vomitou um desabafo para a mulher que escutava.
— Provavelmente podem estar grampeando meu celular porque estamos falando de um assassinato e não de um outro crime qualquer. Estávamos de reunião dias antes do acontecido e podem me investigar por ter provavelmente observado que existia a intenção vinda de Jesebel de tentar contra a vida de alguém e não fazer nada para impedir... Por isso te passei esse número. — Já iniciou se justificando para a namorada da sua cliente. — Eu já estou a par da situação, ainda sim, perante a lei, ela é inocente até que se prove o contrário. Jesebel foi presa preventivamente, como a principal suspeita. Descobri que estavam tratando ela muito mal e estou investigando isso, mas já tomei as medidas cabíveis para que não torne a acontecer. — Tentou lembrar de mais informações, já que suas ligações seriam realizadas de períodos em períodos porque ela não podia ficar passando muitas informações sobre o caso. — Vou sair como advogada de defesa dela, tá? Eu não costumo advogar a favor de gente que foi indiciada por assassinato, só que fomos pegas de surpresa e eu não deixarei Jesebel na mão. Mas peço que se prepare psicologicamente porque ao que tudo indica realmente foi ela quem tirou a vida dos dois e eles estão esperando somente que ela confesse. Mainá tem demonstrado um comportamento que tem surpreendido até a mim, está impaciente com as perguntas e não se preocupa em se inocentar.
— E agora? — Sua voz embargou porque havia de fato caído a sua ficha, a notícia tinha sido dada por alguém confiável, que realmente sabia dos dois lados da história.
— Agora você vai se preparar pra depor porque provavelmente vai ser convocada e fale a verdade, pode dizer toda a verdade sobre o que Jesebel sofria por causa de Lorena, assim como também orientei a ela de dizer a verdade. Vou tentar contra-argumentar como um crime de legítima defesa, mas não sei do futuro e nem posso garantir nada. — Concluiu cabisbaixa, nem tão esperançosa com relação ao caso da cliente. — Se ela realmente tiver feito, não há milagre, vai responder por homicídio e ficará detida, posso até tentar diminuir os anos, mas esse final não era o que eu estava esperando... Nem de longe.
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"Podem questionar meus métodos, mas não podem questionar meus resultados". (Patolino)
— Responde pra mim. — Espalhou suas cartas na mesa com incenso e vela acesa, os cristais em posição, pronta para abrir o jogo. Cruzou seus dedos e fechou os olhos em uma oração bem melancólica, regada de lágrimas. Sentiu em seu coração de acender uma vela diferente, vermelha, e por isso o fez, apanhando seu outro baralho e colocando ele em cima da mesa também.
Ao observar sua irmã sentada no chão diante daquela cômoda forrada e cheia de coisas como quando costumava dar consulta, Rosa semicerrou os olhos. Ela se balançava de trás para a frente com uma guia enrolada em uma das mãos, fazendo uma oração profunda.
— Sua namorada, talvez ex agora, acabou de ser presa por assassinato e você vai jogar tarot? — Cruzou os braços falando em tom de crítica, não entendia muito sobre o jogo de cartas e por isso acreditava que não era uma boa opção.
— Rosa, se você veio aqui me atrapalhar, vá embora. Eu não tô com tempo. — Nem ao menos ergueu sua cabeça, falou em um tom duramente sério que a fez ouvir um suspiro e em seguida o barulho da porta sendo trancada para que ninguém interrompesse aquela sessão. Nem Guadalupe ou Paulina que ainda estavam confusas com o que havia acontecido há um tempo, já que Genevive se recusava a esclarecer as coisas. — Responde a mim, cigana. Por favor. — Começou a embaralhar as cartas com os olhos fechados sendo assistida pela irmã. — A senhora já me ouviu falar sobre Jesebel tantas vezes, imagino que não precisa que eu a apresente. — Seguia embaralhando com o cenho franzido, quando estava na hora sempre sentia um rompante para tirar as cartas, mas seguia sem sentir nada. — Me conta o que aconteceu, por favor. — Ainda não sentia a vontade de tirar as cartas, mas seguiu forçadamente, fazendo uma tiragem de seis, que revelaram sentidos completamente embaralhados que com a sua experiência de leitura, a cigana havia deixado claro que não havia respondido a nada ali. Deu um longo suspiro e juntou novamente as cartas. Tentou mais algumas vezes, mas teve o mesmo resultado.
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Quer se divertir? É só mandar uma mensagem. - Lésbico.
RomanceGarcía; 1. Se você foi aprovado, se alegre, eu sou extremamente seleta com quem deixo me seguir. 2. Apenas mulheres são bem-vindas. 3. Não adianta, eu não vou te contar meu nome independente do quanto você insista. Uso de um pseudônimo e só atendo...