Jesebel Mainá Moreira Valdez.

85 15 0
                                    

— Você tem certeza? — Gen perguntou coçando os olhos e a analisou, ainda que preguiçosamente porque havia acabado de acordar.

— Toda do mundo. — Respondeu em um bom humor, amarrando os cabelos e em seguida cobriu a noiva novamente, abraçando-a por cima do tecido.

— Tudo bem então. — Concordou fechando os olhos e curtindo os beijinhos carinhosos em seu rosto.

— Pode voltar a dormir, te acordo quando for a hora. — Garantiu notando que ela realmente estava cansada e adentrava o estado entre estar acordada e dormindo ao mesmo tempo.

— Posso te ajudar, se quiser. — Sugeriu de maneira embolada, quase se perdendo na linha de raciocínio e fez Jese rir.

— Com esse sono todo? — Perguntou em um bom humor, virando-a de ladinho e ninando-a para que deixasse der vencida. — Não é necessário. — Deu-lhe outro beijinho na bochecha. — Bom descanso.

Não obteve nem resposta, com aquele carinho Genevive embalou em um sono que nem sequer se mexia no colchão, tão calmo e relaxante, exatamente o que ela estava precisando de fato depois de tanta aflição. Ainda estava cedo, Jese quem tivera acordado disposta até demais e decidiu vencer sua timidez, medo e insegurança.

Sabia que suas sogras chegariam durante a manhã e provavelmente com fome, não deixaria que elas dispusessem do seu tempo tendo que cozinhar ainda. Resolveu surpreendê-las e pediu permissão para a sua noiva a fim de utilizar da cozinha, e dos seus dotes, para tal.

Fez o mínimo de barulho possível porque além de Gen, Rosa também estava dormindo e preparou seu banquete, com todo afeto do mundo, a fim de retribuir por todo zelo, carinho e atenção que havia recebido nos últimos dias. Também faria daquele momento o tão esperado momento do diálogo, onde finalmente conversaria com suas sogras e poderia ter a liberdade para mostrar, e explicar, quem de fato era Jesebel, bem como para agradecer o acolhimento e noticiar que já existiam planos para sua saída da moradia... E a de sua filha também.

Ficava nervosa com os pensamentos e findava que sua cozinha era próprio método relaxante, onde distraía suas preocupações dedidacas a fazer algo tão bom quanto a culinária das suas sogras, que por acaso era maravilhosa.

Pareceu ter advinhado, assim que estava terminando de colocar os talheres na mesa, primeiro Rosa e Genevive desceram juntas, por seguinte suas sogras chegaram alegando estarem morrendo de fome.

Ficou quieta vendo-as rodear a mesa, não que tinha perdido a capacidade de falar, mas precisou planejar seu repertório porque havia ficado tão nervosa que travou por completo, não conseguiu nem verbalizar com a noiva. Observou elas conversando por um tempo e se aproximou com uma jarra de suco, jutando-se a elas com um olhar tímido.

— Oi. — Saiu completamente trêmulo logo após ela apertar a jarra entre as mãos, em busca de firmeza. Atraiu os olhares assustados das suas sogras por estarem ouvindo pela primeira vez a sua voz. — Bom dia. — Sorriu envergonhada, foi breve, sem mostrar os dentes, somente uma repuxada nos cantos dos lábios.

— Oi. — Guadalupe de imediato respondeu, em choque, encarando a nora com uma expressão de quem estava impressionada. — Bom dia, Jesebel. Tudo bem com você?

— Eu realmente não estava esperando por essa. — Paulina fez a psiquiatra rir.

— Tudo bem comigo. — Assentiu com a cabeça. — Eu fiz suco de laranja também. — Tentou achar um meio de criar um diálogo e se livrar do nervosismo que tremulava sua voz, mas a sensação que tinha era de uma tamanha inexperiência. — Eu fiz o café, coloquei a mesa... — Listou timidamente, respirando fundo e se apegando ao olhar de incentivo que recebia de Gen.

Quer se divertir? É só mandar uma mensagem. - Lésbico.Onde histórias criam vida. Descubra agora