A empatia em pessoa.

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— Oi, bom dia. — Desejou ao entrar na sala meio molhada e meio seca, seu guarda-chuva não era capaz de proteger todo o seu corpo das gotículas de água, afinal era alta.

— Bom dia, Genevive. É muito bom tê-la de volta. — Jesebel foi sincera em um breve sorriso gentil, saindo de trás da tela do computador, mas sem levantar da sua cadeira com rodinhas.

Havia realmente se comovido com os maus tempos que a psicóloga havia passado e por isso tinha dado alguns dias de folga para a moça, porque imaginava que ela teria muitos assuntos pendentes para resolver, além de precisar colocar novamente a mente no lugar para dar atenção aos pacientes. Queria poder ajudá-la ainda mais e até pensou em uma estratégia para isso, ainda não jogava dinheiro para o alto, não podia bancar um celular novo ou um carro, porém uma remuneração extra seria bem vinda já que ela externalizou em seu momento de raiva que estava zerada de capital.

— Bom... Estou passando aqui para me adiantar. — Confessou fechando a porta da sala. — Eu sei que a senhora não gosta de atrasos.

— Senhora? Do nada? — Ergueu as sobrancelhas, dando uma comicidade para o assunto. — Conhevamos, não precisamos disso. — Sugeriu que ela deixasse a formalidade de lado.

— Enfim, sei que provavelmente seria chamada mais tarde para justificar o atraso, mas vim adiantar logo o processo visto que está sozinha em sua sala. — Avisou coçando a cabeça e passando os dedos pelos cabelos que estavam úmidos. Ela exalava um cheiro de pós banho misturado com perfume que tomou toda a sala e as narinas de Jesebel que fazia questão de inalar bem o aroma. — Eu até saí de casa no horário de costume, mas um homem encapuzado me esbarrou e o guarda chuva molhado e gelado dele encostou em mim, o que foi um grande gatilho para uma crise de ansiedade forte que demorou um bom tempo para ser acalmada. — Confessou pensativa. — Não imaginei que fosse enfrentar momentos como esse ou que o trauma se demonstraria dessa maneira, que ele permaneceria, mas pelo visto... Achei que estava tudo sob controle, sinto muito por ter uma hora e meia de atraso.

— E já está tudo bem com você? — Perguntou atenta e cuidadosa. — Está em condições de trabalhar hoje? — Pendeu a cabeça para o lado, analisando-a.

— Está tudo certo. — Informou precisando ser madura o suficiente para lidar com a sua própria bagunça. — Eu jamais estaria em condições de te pedir mais alguma coisa por agora, muito obrigada pelo apoio e a compreensão que teve com o meu caso. — Sentia vontade de pedir um abraço, porém deixou que as coisas seguissem somente pelo lado profissional.

— Já fez seus novos documentos? Já resolveu suas pendências? Bloqueou os cartões? — Procurou saber como estava o andamento dos assuntos dela.

— Está tudo resolvido, ainda que eu não tenha retorno do celular ou do meu dinheiro e continue na mesma situação. — Deu de ombros, abrindo a porta.

— Precisando de alguma coisa, já sabe, é só entrar em contato. — Deu uma piscadela ao ver a moça sair da sala e logo voltou para o seu lugar.

Porém a porta foi aberta de novo, Genevive tornou a adentrar o cômodo com uma expressão confusa.

— Ah, eu quase esqueço. — Aproximou-se um pouco mais. — Eu fui olhar minha conta ontem durante a noite e caiu uma quantia em dinheiro do mesmo destinatário que faz o meu pagamento. — Jesebel conteve o sorriso porque já imaginava que a psicologia ia tocar no assunto, ela sempre demonstrava ter humildade e honestidade suficiente para não ficar com o que não era seu, mesmo que agora estivesse em maus lençóis. Como o dinheiro foi depositado em sua conta sem justificativa, pensava que havia sido feito por engano. — Só que o meu salário caiu como deveria, sem nenhuma falta ou desconto, por isso tô informando caso tenha sido um depósito que caiu errado.

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