Direitos iguais.

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E mais uma vez no dia, Genevive concluia que o comportamento evitativo que havia observado não era coisa da sua cabeça.

Jesebel ainda seguiu um tanto mais próxima quando chegaram, mostrando-se mais aberta e mais carinhosa que o normal, mas nunca algo muito explícito, um pedido de beijo ou coisa do tipo. Porém sua linguagem corporal era bem típica de quem havia perdido o controle dos inibidores, porque seus olhos agora escorregavam com mais frequência na boca da psicóloga e pioravam seu olhar quando ela inventava de passar o bendito gloss; Os toques também ficaram mais frequentes, uma apertada na cintura, uma chegada de surpresa tocando o ombro dela, ou até somente uma cutucada com o dedo; Ela também suspirava do nada, sorria de canto e dava risadas bem sacanas.

E o pior de tudo para Gen, era o jeito manhoso que prevalecia, atos um tanto carentes e de quem estava com vontade de pedir dengo, o que fazia seu coração dar umas aceleradas brutas, mas mesmo assim não desistiu de cuidar da moça e de vigia-la porque imaginou que a chefe não fosse gostar que seus funcionários a vissem ou percebessem que ela estava bêbada.

Sobrou para a psicóloga também, fazer uma bêbada aquietar em cima da cama e comer, com direito até a aviãozinho e várias gargalhadas altas vindas de Mainá. Por fim, não demorou muito para que a moça dormisse, encolhida no canto da cama após uma bad absurda lhe acertar e ela se culpar pedindo desculpas por fazer a mais nova amiga ter que passar por isso, o que na sua cabeça era um grande vexame.

Ao acordar, a primeira visão de Gen foi da mulher arrumando os cachos em frente ao espelho, mas no primeiro cumprimento do dia recebido, ela respondeu brevemente, inventou uma pressa grande e abandonou o quarto sem dar chances de um diálogo acontecer.

Coisa foi no almoço, que após a psicóloga sentar na mesma mesa que ela, mesmo com o prato pela metade, saiu dali tão rápido que até Morgana notou e estranhou a moça, chegou até a questionar Genevive se havia acontecido alguma coisa.

Durante o dia a mulher chegou até a sentir falta de toda a implicância da chefe, afinal ela era uma das pessoas com quem mais conversava, sem ela lhe provocando não tinha muito o que fazer naquele lugar. Em todo cômodo que ia e ela estava, não demorava muito para que Jesebel fugisse escondendo o rosto claramente envergonhada por tudo o que havia feito.

Vendo o espaço quieto demais antes de começar os festejos, afinal a maioria já estava toda dentro dos quartos em suas preparações, Gen sentou na varanda da frente da imensa casa e foi mexer no celular. Após a conversa diária com a irmã, também precisava fazer sua visita de rotina no perfil da tal mulher que até então não havia mais mandado nenhuma mensagem e fazia sua falta ser sentida com gosto... E dor.

Dor essa que só aumentou ao ver não só o perfil atualizado bem bonito com as duas fotos novas, uma tirada de dentro da banheira cheia de espumas que só lhe fazia lembrar de uma noite específica que tiveram, e a outra, com outra mulher. O estômago revirou e a mão apertou o celular com força, na mesma força que García segurava a cintura da moça para que seus corpos colassem mais na fotografia. Era somente da costela para baixo, mas o suficiente para causar um ciúme imenso em De Lucca.

Tudo bem que ela havia salientado que se permitiria conhecer outras mulheres, mas mesmo assim, não importa, o coração da psicóloga ainda esperava que não acontecesse ou que ela não tivesse coragem para tal.

E teve. E tirou foto. E postou.

E foda-se também, Genevive sabia do erro e insistiu nele, então sua autocrítica no momento estava tentando fazer sua cabeça surtar. Em puros sentimentos desgostosos decidiu fazer o que lhe desse na telha e que lascaria a sua maturidade emocional na baixa da égua se fosse necessário, não é tão fácil ter controle sobre aquilo que se sente. Se ela podia, a psicóloga também... E não precisava expôr a seu ninguém.

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