Hora de dar atenção ao seu amor.

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O último dia de viagem foi normal, mas carregava consigo um teor angustiante. O céu se manteve cinza potencializando o sentimento de tristeza que pairava entre as duas mulheres que sentiam aos poucos as preocupações voltando. Voltar a normalidade significava voltar a lidar com os problemas.

Apesar dos contras, a viagem teve seus prós, e muitos deles. Não era preciso se esconder, viviam e dormiam juntas, pareciam estar distante do fator adoecedor que as afetava... A realidade.

Passaram o dia inteiro grudadas, trocando o máximo de carinho possível. Genevive deu a sua palestra, conheceu novos profissionais da sua área e logo em seguida pegaram o avião para retornar porque a agenda de trabalho do dia seguinte era normal.

Pisar no chão da cidade tão conhecida chegou a deixar Jesebel um tanto aflita, era um lembrete de que precisava agora enfrentar toda a burocracia, que havia chegado a hora de lidar com os seus medos, com a aflição e o pior, submergir de verdade no jogo de Lorena. Ter que se expor e expor seus traumas para a sua advogada não era nada confortável. Tudo de maneira totalmente insegura e com o risco de ela fazer algo que de fato fosse realmente lhe afetar enquanto se movimentava para golpeá-la.

Mas prosseguia com a mesma motivação, ou seria agora ou nunca, não gostaria de viver a vida inteira sofrendo os abusos e para que isso terminasse, precisava finalmente tomar uma atitude, mesmo que ela no fim acabasse por ser danosa.

Era a primeira vez que tinha uma perspectiva boa de futuro, na qual acreditava que realmente poderia realizar. Estava ganhando bem e quando retomasse total posse dos seus lucros, sem Lorena no meio, estaria satisfeita; Bem como também tinha um relacionamento estável mesmo em meio a tudo, uma namorada que lhe dava apoio e que realmente acreditava que podiam ir para a frente, fazendo-lhe despertar vontades que não sabia nem que existiam em si; Assim como viver em paz, viver em paz era algo que havia ficado inegociável.

Deixou sua namorada em casa com muito custar porque não queria se separar dela, mas precisou fazê-lo. Dormir a noite então havia sido pior ainda, sem o calor dela. Teve que conter a sua vontade de ligar, imaginava que sua companheira estava ocupada com a família visto que demorava a responder e precisou se contentar com a própria companhia até cair no sono.

Durante a manhã, a primeira mensagem do dia poderia ter sido de Genevive, mas foi de Lorena, confirmando que o dinheiro tinha caído na conta e que já havia transferido para a psicóloga para que ela pudesse ter seus últimos dias de alegria desfrutando daquilo que era dela. Já lhe aborreceu de pronto e por isso o segundo chat que abriu foi o de Felícia, sua advogada, confirmando a reunião que teriam no final da semana.

"Que mundo é esse tão cruel que a gente vive? Acordar sem os seus beijinhos foi a maior tristeza do dia", enviada por Jesebel enquanto estava de preguiça na cama ainda.

"Nem me fale, não ter seu cheiro foi o motivo da minha insônia" A respondeu na mesma hora, jogada no chão, porque tinha acabado de voltar dos seus exercícios matinais.

Sem demora ligou para ela por chamada de vídeo e logo foi atendida, já de início a psicóloga só pode ver os olhos porque ela estava coberta até a cabeça somente com aquele espaço, mas ela ao passear suas orbes pela imagem suada de Genevive o rompante foi grande. Se descobriu logo e se aproximou mais da tela, como se fosse ajudar a melhorar a visão que tinha, o que causou uma gargalhada na companheira.

— Bom dia, né, Genevive? — Na hora o seu tom de voz mudou para o arrastado que a outra conhecia bem.

— Ótimo dia, meu amor. — Respondeu desejando-a enquanto tirava a blusa, somente das clavículas para cima era o que a câmera mostrava.

— Porque você não fazia essas coisas quando estávamos juntas? — Se referia a exercícios físicos e em seguida se jogar no chão toda suada.

— Porque você já me fazia usar meu físico, me deixavs suada e tudo sem precisar usar roupa. — Listou e mandou um beijinho para a tela.

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