Íntimo até demais.

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"Sabe o cheirinho que eu queria dar? Então..." enviada por Jesebel às 5:30AM.

Logo em seguida havia um vídeo curto e de visualização única onde Morgana clicou totalmente temerosa.

De maneira escondida e sem se movimentar muito sua chefe filmou uma sessão de vários cheirinhos na cabeça da psicóloga enquanto ela dormia ou estava em sono leve sentindo tudo, mas não a ponto de despertar totalmente. Um breve sorriso discreto apareceu no rosto dela, talvez inconsciente só por estar recebendo um carinho, mesmo sem saber de fato de quem era que vinha. E Jesebel aproveitou, deixando por fim um beijo no topo da cabeça da mulher. Na maior cara dura, morrendo de medo de ela acordar no meio de tudo, mas cedendo ao seu desejo de dengar aquela moça. Agindo como se tivessem costume daquilo, como se fossem companheiras.

Jamais faria algo mais além com ela, sabia que era de extrema falta de caráter, mas um cheirinho só? Já que ela tinha pedido um calor humano... Só estava acatando.

"Não acreditoooooo. Finalmente!?" enviada por Mogana em um completo surto às 5:31AM.

"Nada de finalmente, ela tá dormindo e eu tô sanando uma vontade minha e dela." respondeu rapidamente ainda se sentindo feliz por isso.

Sabendo que as próximas mensagens da amiga iriam de xingamentos totalmente formais a mensagens para estimular a sua coragem, Mainá resolveu voltar a dormir.

Elas não tinham pegado no sono abraçadas, isso aconteceu durante a madrugada fria, que mesmo aquecidas por bons cobertores ainda dormindo foram atrás de um aconchego maior e se acharam, se abraçando e passando a noite inteira assim sem nem perceber.

Só deu tempo de Jesebel guardar o celular e cobrir a moça de volta, que estava repousada com o rosto quase em seu pescoço, voltou a dormir. E então Gen acordou, grunhindo baixinho pela pontada de dor de cabeça por causa da claridade e quando ia se mover, paralisou na mesma hora porque sentiu o corpo da outra, abraçado ao seu.

Franziu o cenho estranhando, mesmo assim sua respiração ficou profunda e lá no final do final, um resquício apenas, reconheceu o cheiro. Ergueu o rosto totalmente sonolenta, enfiando-o mais no pescoço da psiquiatra e inalando ao máximo que podia. Era familiar demais aquele perfume.

O coração acelerou, mas não se deixou levar para emoção, estava com tanto sono que tornou a dormir mesmo com aquilo martelando na cabeça.

Não era possível que era ela. Não era ela. Não tinha como ser ela... Queria e gostaria mais que tudo que fosse ela.

Ou García.

Ou as duas que pareciam estranhamente ser a mesma pessoa. Ou as três, que pareciam também estranhamente ser a mesma pessoa. Ou talvez sua mente só estivesse confusa demais a ponto de ficar ligando elas. Não tinha como García ser Jesebel e Jesebel ser García, e ainda a desconhecida que lhe beijava tão bem, era impossível.

Talvez fosse uma fantasia criada na cabeça de Genevive porque todas as três tinham pontos tão bons que gostaria que fossem a mesma pessoa.

▩▩▩▩

Quanto mais se aproximava, mais sentia o quentinho da fogueira e o som, a madeira estralando a medida em que era queimada, o fogo se movimentando e querendo ou não o cheiro de fumaça.

Não ventava muito, mas a noite estava fria e mais calma do que as anteriores. Tentavam desacelerar, pegariam o ônibus durante o cair da tarde do outro dia e por isso os festejos da última noite não eram tão barulhentos ou espalhafatosos.

O parque de diversões funcionava, uma bandinha tocava lá na frente, dessa vez sem baterias, sem fogos de artifício ou algo do tipo, era mais um quase lual que atraiu grande parte das pessoas que conversavam, ficavam, flertavam ou curtiam o show.

Quer se divertir? É só mandar uma mensagem. - Lésbico.Onde histórias criam vida. Descubra agora