Sem juízo.

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Já irritadiça com toda a situação a própria Genevive decidiu que era hora de colocar um ponto-final nisso, ou talvez um ponto e vírgula, ou talvez uma vírgula.

Teria cansado de esperar uma oportunidade, desde que havia chegado procurava por Jesebel e em todas elas a mulher seguia trancada na sua sala com o aviso de que seu dia estava sendo cheio demais. A psicóloga encerrou os atendimentos do dia, trancou seu consultório direito e disparou em direção a sala da chefe.

Ao chegar lá, precisou fazer uma pausa em Morgana que também parecia cheia de demanda, mas não o suficiente a ponto de cumprir um pequeno favor.

— A Jesebel tá aí ainda? — Questionou revirando a bolsa por inteiro.

— Está, mas não permitiu ninguém entrar. — Fez questão de avisar rapidamente.

— Preciso falar com ela agora. — Declarou decidida.

— Desculpa, Gen, mas vou ter que te impedir. — Negou com a cabeça irredutível.

A psicóloga tinha duas opções, ou encerrava aquilo, ou encerrava aquilo. Ignorou completamente a objeção.

— Tenho a solução de um problema dela, então irei entrar de qualquer jeito, a senhorita querendo ou não. Me perdoe. — Não foi grosseira ou ríspida, só foi séria a fim de passar firmeza. Tinha certeza do que ia fazer e era necessário transpassar tal segurança.

— O quê? — Morgana cruzou os braços, desafiando-a.

Em apenas um ato, Genevive ergueu a mão com o molho de chaves e a expressão da secretária mudou totalmente, não conseguiu nem disfarçar sobre o que se tratava. Já sabia, era óbvio que sabia assim como a própria vítima da situação imaginava. Tudo havia sido muito armado, Mainá não agia sem um plano, sabia ser inteligente.

— Uh. — Soltou despojando-se na cadeira, a luta tinha sido vencida e não foi por ela. Lhe restou aceitar.

— Por favor, não deixe ninguém entrar até que eu saía. — Deu uma nova ordem passando pela mesinha dela onde largou sua bolsa e nem ao menos esperou uma resposta. Também, qualquer uma que viesse não seria capaz de impedi-la.

— Sim, senhora. — Morgana respondeu do mesmo jeito sabendo que boa coisa dali não sairia. Era melhor deixar as duas sozinhas se resolverem mesmo.

— Queria muito falar contigo agora, será que é possível? — Gen colocou a cabeça para dentro da sala do consultório de Jesebel. Anteriormente havia respirado fundo e a única dose de coragem que lhe surgiu a cabeça foi aproveitada por completo.

Vislumbrou a mulher visivelmente estressada. Ela apertava as têmporas, alguns botões da sua blusa social estava mais abertos, em sua mesa havia uma pilha de papéis espalhados indicando que não era hora de qualquer interrupção.

— Oi, Genevive. — Ergueu seu olhar para a moça que já havia entrado na sala e mexia na fechadura da porta, lhe intrigou e até mesmo lhe irritou a atitude de achar que podia se tudo. Não tinha tempo para quaisquer que fossem as perguntas, afinal estava ocupada demais.. — É... — Balbiciou com o cenho franzido, levantando-se. — Eu tô com a cabeça cheia de problemas agora, será que não tem como ser em outra hora? Tá um perrengue com a chave do bendito escritório abandonado, tô esperando o chaveiro... Tá bem corrido hoje, mas você terá seus documentos, não se preocupe.

— Não. — Respondeu simples, curta e grossa. Estava irredutível, mas escondeu suas mãos trêmulas dentro dos bolsos. — Não aceito.

— Oi? — Arqueou uma sobrancelha por achar ousado demais tamanho enfrentamento.

— É isso mesmo que você ouviu. — Deu de ombros andando até ela em passos lentos. — Acho que esse assunto não dá mais pra ser adiado. — Informou impaciente.

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