A chuva.

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Aviso de conteúdo sensível.

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O mau pressentimento lhe perseguia por dias, havia acordado com a ansiedade atacada porque sabia que Lorena surgiria para a reunião da renovação do seu contrato. Ainda não tinha bolado um plano, não sabia o que faria para tentar adiar de assinar sem que sua prima desse algum piti.

Sentiu vontade de telefonar para a namorada, queria dizer o quanto estava com medo, o quanto estava nervosa e o quanto a amava, tudo ficaria melhor de aturar se estivesse com ela, mas aguentou a barra sozinha. O dia foi passando e foi tentando demonstrar para Genevive uma tranquilidade que não lhe habitava, mas sabia que era a melhor decisão, deixá-la ainda mais nervosa só pioraria a situação.

Ao checar as horas no relógio, decidiu vestir sua atuação com a desculpa mais fajuta de todas, a que estava doente e que não conseguiria ir até a clínica, provavelmente pararia em um hospital. Independente de qualquer coisa que Lorena dissesse, seguiria firme em sua tese.

Durou bem menos do que esperava, minutos após enviar a primeira mensagem da sequência das várias que pretendia encaminhar, as batidas surgiram em sua porta, causando-lhe desespero. Em seguida, as ligações em seu celular, pensou em se esconder e ficar até que Lorena fosse embora ao deduzir que não havia ninguém, mas também não deu certo e precisou atendê-la, sendo surpreendida porque dessa vez estava novamente acompanhada do marido. Obrigando Jese a recalcular a rota, iria apelar para Vicent que era mais sensível que a prima, mostraria que não estava bem até que ele interrompesse o momento.

— Não quero assistir isso. — Genevive declarou cedendo o notebook, tinha o coração acelerado porque o final da história já sabiam qual era. — Não quero mesmo ver.

— Mas alguém vai ter que assistir. — Rosa pausou as imagens das câmeras escondidas.

— Seria mais fácil só entregar para a polícia, que diferença faz? — Suas mãos estavam tremendo e constantemente checava a palidez, tentando se acalmar, mas não conseguia.

— É óbvio que não. — Rebateu como se fosse a coisa mais absurda que tinha ouvido. — A advogada precisa saber também o que está presente nas imagens. Ela pode arrumar ainda mais argumentos para a defesa de Jesebel, se é que pode existir alguma.

— Então irei entregar a ela. — Deu de ombros, debruçando-se sobre a mesa. — Não estou pronta para ver, acho que nunca estarei.

— Mas eu tô, fica aqui do meu lado. — Resmungou voltando a assistir o vídeo. — Qualquer coisa te aviso.

— Só preciso da sua assinatura, rapidinho. — Ela informou, se juntando a mesa que havia na sala, apanhando sua bolsa e tirando dali alguns papéis grampeados.

— Eu não tô bem hoje. — Pontuou pela terceira vez, abaixando a cabeça e sentindo enjôo. Não sabia dizer se o psicológico quem tinha reagido e de tanto escutar, realmente criou um problema; Ou talvez acreditava tanto na própria mentira que achou que estava de verdade enjoada. — Será que dá pra você ser humana somente uma vez e me dar uma folga hoje? — Sentiu o arrepio percorrendo nos seus braços como um calafrio, ficou visível, Vicent havia acompanhado a reação com os olhos.

— Estou sendo humana e só pedindo para que assine, assim eu vou embora e lhe deixo em paz. — Empurrou os papéis sobre a mesa e apontou com o indicador na linha onde a assinatura dela precisava estar. — Quero adiantar as coisas, no início da semana já irei marcar uma reunião com Genevive para falar sobre a mudança de cargo. — Jesebel bufou indignada e sentou na cadeira, apanhando os papéis e enrolando, iria ler cláusula por cláusula independente se ela ficaria irritada.

Quer se divertir? É só mandar uma mensagem. - Lésbico.Onde histórias criam vida. Descubra agora