Para lá de Bagda.

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Pós almoço, Gen se sentou na varanda da roça para admirar o local que iria lhe acolher por três dias, os festejos começavam no que viria a diante. Já tinha gente jogando bola, alguns dentro da piscina, alguns que davam indícios fortíssimos de que a bebida agia no corpo e tinha os que nem ela, que só queriam descansar e observavam todo o restante.

As preparações já estavam começando, as barraquinhas sendo montadas, as bandeirolas colocadas, as fogueiras armadas e por algum motivo, apesar de adorar o São João, isso não conseguia empolgar a psicóloga.

Pegou o celular e mandou mensagem pra irmã, logo em seguida se obrigou a visitar a rede social que tanto lutou para conseguir o acesso de volta e pouco se importava se do lado da outra tela revelava quantas vezes havia visitado um perfil específico.

"Você não cansa do meu perfil, não é? Tô de olho." Recebeu minutos depois da sua sessão de admiração ter começado.

A mensagem lhe tirou um sorriso breve e bobo porque o peito encheu de esperanças novamente... Tolisse.

— Nós vamos ao supermercado. — Jesebel declarou com os olhos focados no celular, mas intimou a moça que estava a sua frente, despojada em uma cadeira de madeira, fazendo o mesmo que ela.

"Ei, bom te ver. Quer conversar?" Foi a mensagem enviada por De Lucca, na esperança de atrair a resposta da mulher rapidamente.

— Oi? Supermercado? — Soltou perdida, com as única palavras que tinha pescado. Que autoridade era aquela a ponto da chefe decidir o que iam fazer e declarar em um tom de intimação, não de pergunta?

"Posso não, tô de saída agora. Desculpa." Brotou na tela do celular dela quase que no mesmo minuto.

— É. — Confirmou com a cabeça. — Você tem coisa melhor pra fazer? — Questionou guardando o aparelho no bolso e pendendo a cabeça para lado.

— Hum... — Suspirou cansadamente após se livrar da notificação que lhe angustiou, realmente ela iria se afastar, estava cada vez mais difícil conversar com a moça. — Eu tinha, mas... — Deu de ombros, guardando também o celular.

— Vamos, prometo tentar ser uma boa companhia pra diminuir esse desânimo seu. — Sugeriu, oferecendo a mão para ela com um sorriso gentil no rosto.

— Tá bem, tô precisando mesmo. — Aceitou o gesto de bom grado, gostou que ela percebeu e se importou com a sua falta de entusiasmo.

Talvez realmente conseguissem ter uma boa convivência durante esse tempo, para apaziguar todas as vezes em que discutiram por causa de pacientes e intervenções contrárias.

▩▩▩▩

— O que você vai comprar? — Perguntou atenta separando um carrinho para colocar os produtos.

— Cachaça. — Respondeu rindo. — Cachaça pra mim, uns produtos que eu preciso e os materiais que não estão riscados aqui nessa lista. — Evidenciou a tela do celular para a psicóloga, era uma lista de necessidades dos funcionários, haviam aqueles diabéticos e outros que seguiam dietas veganas ou vegetarianas, portanto Jesebel enquanto anfitriã precisava se adaptar para dar uma boa estadia que fosse confortável para todos, sem exceção.

— Tá. — Assentiu vendo a moça tomar o copo de licor que haviam recebido como amostra, já tinha dado fim no seu fazia um certo tempo. — A nojentinha não bebe cerveja? — Perguntou a fim de estressá-la.

— E vamos começar. — Jesebel revirou os olhos. — Bebo, a questão é que eu tô a fim de encher a minha cara em uma noite específica e preciso de algo mais forte para tal. — Respondeu sendo bem sincera com ela.

Quer se divertir? É só mandar uma mensagem. - Lésbico.Onde histórias criam vida. Descubra agora