Curiosidade sanada?

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— Eu não preciso nem ao menos de 5 minutos aqui pra saber que está rolando algo. — A psicóloga sentou-se à mesa com sua marmita, a abriu e inalou profundamente o aroma. Rosalinda havia cozinhado mais uma vez e uma oportunidade de comer da comida dela nunca era desperdiçada. — Que foi? — Perguntou e logo em seguida deu uma garfada abundante.

— A Jesebel transou. — Vanessa declarou e fez a moça se engasgar.

Genevive arregalou os olhos e tapou a boca para a crise de tosse que lhe atingiu com força, era tão branca que ficou vermelha.

— Jesebel está de bom humor. — Morgana corrigiu revirando os olhos com a risada das colegas de trabalho.

— Eu já ia perguntar como vocês tem acesso a esse tipo de informação tão íntima. — A moça relaxou, respirando fundo e se recuperando da falta de ar.

— É apenas algo que Vanessa simplesmente tomou como verdade e sai espalhando como ser realmente fosse. — Negou com a cabeça, limpando sua boca porque tinha terminado o almoço.

— Ela entrou sorrindo. Você viu? — Comentou em choque. — Sorrindo abertamente. — Repetiu como se fosse um fato extraordinário. — Isso é bom humor pós sexo. — Deu de ombros.

— Há muitas coisas que melhoram nosso humor, sem ser o sexo. — A secretaria adorava desafiar.

— Mas o sexo é uma delas. — Van rebateu, convencida.

— Uma noite de sono bem dormida, talvez? — Genevive tentou, semicerrando os olhos e mostrando de que lado estava.

— Ah que saco, vocês não ajudam a tornar tudo mais interessante. — Resmungou cruzando os braços. — Tediosas.

— É antiético e desrespeitoso conversar sobre a vida sexual de alguém, sem que seja ela quem está comentando ou que ela tenha permitido que o assunto se prolongue longe da sua presença. — Arrumou seus óculos e tornou a comer da comida da sua irmã, em uma fome absurda.

— Ela trouxe torta. — Evidenciou mais um fato. — E deixou na minha sala por vontade própria. — Listou mais um. — Bendito seja esse homem.

— Ela pode ter se dado prazer sozinha. — Morgana deu de ombros, contrariando-a por pura vontade de o fazer.

— Então você concorda com a minha tese do bom humor pós sexo... Ou autoamor. — Vanessa se agarrou a brecha que a secretaría deu e cantou vitória.

— Ou "bendita seja essa mulher". — Gen trouxe mais uma informação para a conversa, totalmente despretenciosa.

— O quê? — A outra moça ergueu as sobrancelhas. — Você acha que ela é?

— Não que eu ache nada. — Já descartou logo a opção. — Mas o mundo não é obrigatoriamente hétero, Vanessa. Não sei se você sabe, mas as pessoas tem sexualidades diferentes. — Contou como quem contava algo extremamente chocante para a moça que a empurrou pelo braço, se rendendo a risada junto com a psicóloga.

— Mas Jesebel não é, tá na cara. — Negou a informação, como sempre, como quem era a dona da razão. — Ou o seu gaydar também apita pra ela?

— Eu não tenho gaydar, isso é falácia. — Genevive apresentou logo. — E como você sabe da minha sexualidade? — Arqueou uma sobrancelha. Se atentou ao termo "também" que a moça deixou escapar, mostrando que ela fazia parte da comunidade, porém não quis tocar no assunto.

— Sabendo. — Pressionou os lábios. — Tá na cara que você é, ela não.

— Não, mas agora você pegou num ponto. — Cruzou as pernas e se mostrou verdadeiramente interessada. — Por quê?

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