Capítulo Dez

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"É o futuro que dita a regra do nosso hoje" - Friedrich Nietzsche

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"É o futuro que dita a regra do nosso hoje" - Friedrich Nietzsche

|Príncipe Frederick|

Minha cabeça está doendo como nunca antes, eu estou nervoso com tantos assuntos para lidar nos últimos tempos e isso só piora ainda mais o meu humor, que já não é dos melhores. Porém, esse é um fardo que o herdeiro do trono do reino de Navarra deve suportar sem reclamar, sem protestar ou tentar fugir de seus compromissos. É meu dever, minha obrigação e o meu propósito de vida administrar Navarra como se fosse meu próprio filho, meu próprio coração, e a cada respiração minha durante todos os dias. 

Não posso e não devo me dar ao luxo de parar ou de descansar por um segundo sequer. Preciso estar sempre atento a cada mínimo detalhe que esteja relacionado a Navarra, e zelar para que haja sempre paz e harmonia no reino e com os nossos vizinhos. Afinal de contas, a menor brecha que houver na vigilância pode resultar em um evento catastrófico como o que nos há abateu meses atrás. E por mais que eu não goste de admitir, nem para mim mesmo, parte da culpa do que ocorreu, da invasão ao nosso território e o estourar da guerra, foi minha. Se eu tivesse sido um príncipe mais presente, responsável e não estivesse distraído com os outros temas que não eram pertinentes a política do reino, com certeza teria notado as mudanças sutis que estavam acontecendo por debaixo dos panos.

Mas em meu primeiro teste como futturo governante eu falhei. Falhei como como líder, como soldado, como filho, como irmão, como cunhado, como amigo... Eu fui uma grande decepção para meu pai e rei. É claro que ele nunca me disse isso abertamente diante de mim, porém, eu sinto o amargo gosto na ponta da minha línguia toda vez que o fito nos olhos ou quando estamos em uma reunião com o Conselho Real. E é óbvio que nenhum daqueles homens do Conselho seria louco de desafiar minha capacidade ou autoriadade diante do grande rei Ferdinando I, porém, sei que todos eles devem pensar da mesma forma: Frederick é somente um herdeiro por causa do sangue e do título que carrega desde o nascimento. 

Contudo, o futuro rei de Navarra tem que ser um governante por merecimento, por grandes feitos e sábias escolhas. E eu serei assim. Custe o que custar, eu seriei esse homem! É o que determinei para mim mesmo há um bom tempo atrás. Eu reconquistarei a confiança do Conselho, dos súditos e principalmente de quem mais importa para mim, do meu pai. 

-Irmão, você está bem com isso? Eu me refiro ao casamento por contrato. Quer mesmo levar esse tema adiante dessa forma? Pois eu sei que você tem pensamentos bem diferentes quanto a este assunto.

Felipe indaga com um olhar um tanto cético enquanto me observa atentamente a procura de vestígios de arrependimento ou de receio por minha parte, tanto em meu rosto como também em minha postura corporal, sobre a decisão que eu havia tomado. Bom, se é isso que ele busca para poder iniciar uma nova discussão comigo, infelizmente ele  não terá essa oportunidade, já que eu estou bem firme em minha escolha.

-É claro que estou bem, Felipe. Não é como se eu não esperasse que esse dia fosse chegar para mim. Eu sempre soube que em algum momento isso iria acontecer, afinal de contas serei o próximo governante a assumir o trono de nosso pai, então, é óbvio que uma aliança política através do casamento era um fato mais do que provável de ocorrer, além de ser uma vantagem para o reino também, obviamente. 

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