|Frederick|
Ver Catherine desmaiar em meus braços outra vez me deixa à beira da loucura. A palidez em seu rosto, o corpo frágil e desfalecido, tudo isso acende em mim uma chama de desespero que não consigo apagar. Meu coração bate tão forte que posso ouvi-lo em meus ouvidos enquanto corro pelos corredores do castelo, segurando-a com todo o cuidado que consigo reunir, como se ela fosse a coisa mais preciosa e delicada deste mundo. E ela realmente é.
Ela não acorda, e isso só faz meu pânico aumentar. Ordeno que abram caminho, minha voz grave e urgente ecoando pelo castelo, e subo os degraus dois de cada vez, até alcançar nosso quarto. Ao chegar, deposito Catherine sobre a cama com toda a delicadeza que posso reunir, mas meus pensamentos estão uma tempestade.
— Chamem o médico! Agora! — grito, minha voz saindo mais ríspida do que pretendo. Meu medo toma o controle. Não posso perdê-la, de forma alguma.
Minutos parecem horas, e me sento ao lado dela, tomando sua mão pálida e fria entre as minhas. Seus dedos frágeis, imóveis, me fazem sentir tão impotente. A mulher mais forte que conheço, a pessoa que enfrenta tudo com tanta coragem, agora está aqui, frágil e vulnerável, e há muito pouco que posso fazer além de esperar.
Quando o médico chega, me afasto um pouco, mas meu corpo permanece tenso, como um arco prestes a disparar. Conto rapidamente o que aconteceu, tentando controlar minha voz, mas o tremor de ansiedade é evidente. Ele a examina com calma, e isso só aumenta meu nervosismo. Preciso de respostas, preciso saber o que está acontecendo com ela e com nosso filho. Finalmente, o médico se endireita, limpando a garganta antes de me dirigir a palavra.
— Alteza, ela está bem. Foi apenas um desmaio causado pelas fortes emoções dos últimos momentos. Não há nada a temer. Entretanto, ela precisa se cuidar melhor, especialmente agora, pelo bem dela e do bebê. Alimentação adequada e evitar estresse são essenciais para garantir que tudo continue correndo bem.
Meu corpo relaxa um pouco, o alívio vindo como uma onda que me atinge com força. Pego a mão dela novamente, apertando-a com mais carinho, com gratidão.
— Obrigado, doutor — murmuro, já com a cabeça voltada para Catherine. — Eu vou cuidar dela. Pessoalmente.
Após me despedir do médico, volto meu olhar para Catherine. Ela ainda dorme, seu rosto sereno apesar de toda a agitação que acabamos de passar. Olhar para ela assim, tranquila, me dá uma sensação de paz que não sentia há muito tempo. Mas o medo... o medo ainda está aqui, rondando meu coração.
Com o coração acelerado, deslizo meus dedos gentilmente pelo contorno do rosto dela, traçando cada linha com um carinho que apenas ela consegue despertar em mim. Seus lábios entreabertos, as pálpebras delicadas, o suave subir e descer de seu peito enquanto respira. Ela é tudo para mim. E agora, além de ser minha esposa, é a mãe do meu filho.
Minha mão desce lentamente até sua barriga, que mostra um pequeno sinal da criança que carrega, mas que eu sei que ele está ali, crescendo, vivendo. Um sorriso involuntário surge em meus lábios, e me inclino, depositando um beijo suave naquele lugar onde nosso futuro está sendo formado.
— Olá, pequeno — sussurro, sentindo-me um tolo por falar com alguém que nem sei se pode me ouvir. Mas, mesmo assim, continuo. — Seu pai está aqui, e eu prometo que vou proteger você e sua mãe com tudo o que tenho.
Faço uma pausa, rindo baixinho de mim mesmo. — Sua mãe é uma mulher muito louca, sabe? — digo com carinho, acariciando a barriga de Catherine. — Ela me fez perder a cabeça mais vezes do que posso contar. Mas também... é a mais forte e corajosa que já conheci. Se você puxar a ela, vai ser incrível.
A emoção me toma de novo, e fecho os olhos por um instante, inclinando-me mais uma vez para beijar sua barriga. — Eu amo você, pequeno. E amo sua mãe. Não posso viver sem vocês.
Quando abro os olhos novamente, vejo Catherine se mexer levemente. Sua respiração se torna mais profunda, e aos poucos, ela começa a acordar. A cada movimento seu, meu coração acelera, ansioso para vê-la acordar completamente.
Seus olhos se abrem lentamente, piscando várias vezes antes de me encontrar. Por um breve momento, ela parece confusa, sem saber onde está. Inclino-me para ela, mantendo minha voz calma e suave.
— Está tudo bem, Cath. Você desmaiou, mas o médico disse que foi só por causa do estresse. Agora precisa descansar.
Ela tenta se levantar, mas eu a impeço com um toque firme, mas gentil, em seu ombro.
— Fiquei tão nervoso, Cath — confesso, minha voz falhando um pouco. — Quando te vi desmaiar... eu não sabia o que fazer. Eu estava apavorado.
Ela me olha com aqueles olhos castanhos tão profundos, e sua mão se move para acariciar meu rosto com uma ternura que sempre me desmonta.
— Desculpa, Frederick. Eu não queria te preocupar — ela diz, sua voz suave, quase um sussurro.
— Está tudo bem agora — digo, beijando a palma de sua mão. — Mas você precisa cuidar de si mesma. Não apenas por você... mas pelo nosso bebê também.
Ela sorri, e o cansaço em seu rosto parece dar lugar a uma felicidade serena. Com cuidado, seus dedos traçam as linhas do meu rosto, e seus olhos se enchem de amor.
— Você é o melhor homem do mundo, sabia? — ela diz, e sua voz é tão suave que sinto uma onda de calor me envolver. — Eu te amo, Frederick. E agora você não pode mais escapar. Você é meu, para sempre.
Eu rio, sentindo o peso da tensão desaparecer completamente. Pego seu rosto entre minhas mãos e a beijo com paixão, um beijo profundo, cheio de tudo o que sinto por ela. Quando nos afastamos, encaro seus olhos e sorrio.
— Você também é minha, Cath. E agora não tem mais saída. Vamos ficar amarrados um ao outro pelo resto das nossas vidas.
Ela ri, e nossos lábios se encontram novamente, em um beijo carregado de amor, carinho e uma promessa silenciosa. Um momento de pura conexão, onde as palavras não são necessárias, porque sabemos que, aconteça o que acontecer, enfrentaremos tudo juntos.
🗡🗡🗡
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A Sombra do Passado [Completo]
Romance[livro 2] Série Amores Reais Frederick, príncipe herdeiro do trono de Navarra, não é como seus irmãos mais novos Felipe e Francesca. Considerado um homem de caráter duro e personalidade intransigente, não aceita nada além da verdade, como também é m...