Capítulo Dezoito

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"Medo é o nome que damos a nossa incerteza: nossa ignorância da ameaça e do que deve ser feito" -Zygmunt Bauman

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"Medo é o nome que damos a nossa incerteza: nossa ignorância da ameaça e do que deve ser feito" -Zygmunt Bauman


|Catherine|

-Abaixe-se!

O grito ecooa em meus ouvidos e não tenho nem tempo de registrar de onde vem a ordem, pois no segundo seguinte, sinto algo caindo sobre mim e me levando consigo para o chão. Um corpo. Um corpo masculino, grande e muito, muito pesado, cobre o meu com o seu em forma de escudo, e me protege bem a tempo do ataque que vem em minha direção. Um barulho terrivelmente alto explode logo atrás de nós, mas eu não consigo ver nada do que acontece, pois o grandalhão em cima de mim, serve como barreira, impedindo-me de ser atingida em cheio. 

-Aii...

Eu reclamo de um pouco de dor e falta de ar em meus pulmões, quando a pessoa que ainda está acima de mim, sem aliviar o peso de seu corpo sobre o meu, não se move do lugar. 

-O que pensa que está fazendo, sua louca? 

A reprimenda é imediata e logo eu reconheço o dono da voz, o cavalo que está esmagando meus ossos com seu peso de brutamontes.

-Sai de cima de mim, Fred! Está me amassando toda!

-Quer calar a boca e permanecer abaixada, por favor?

-Não!

-Então, está bem. Você pode se levantar e sair caminhando tranquilamente enquanto alguém lança uma faca no seu pescoço.

Frederick diz ao rolar de cima de mim para o lado, e retira sua mão que estava debaixo da minha cabeça, para protegê-la do impacto durante a queda.

-Vai lá, espertinha. Avance na linha de fogo!

Ele cospe irritado e só quando ergo meu corpo para ficar assentada, é que eu noto o terrível cenário de puro caos e guerra que está a nossa volta. Um segundo detalhe que percebo é pequeno círculo de fogo que há muito próximo de onde estamos. Então era mesmo uma granada que havia sido lançada em minha direção para provocar a minha morte. É o que constato com o peito acelerado e, quando deslizo meus olhos até o lugar em que Frederick está deitado, eu percebo o casaco de alta costura que ele veste, chamuscado na altura do ombro esquerdo, ao mesmo tempo em que ainda sai um pouco de fumaça do buraco, como se o tecido ainda estivesse em chamas. 

-Pelos céus, Frederick! Você está bem? Parece que foi atingido...

Eu me calo no mesmo instante e levo as mãos a boca, quando a compreensão chega a minha já atordoada no meio de tamanha confusão. Frederick havia... ele havia usado o próprio corpo como escudo para bloquear a granada contra mim, e por isso havia sido atingido em meu lugar, quando ocorreu a explosão, segundos depois, próximo a nós dois. 

A Sombra do Passado [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora