Capítulo Cinquenta e cinco

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|Catherine|

Estou inquieta, meu coração batendo forte no peito, enquanto olho para Henry. O que está acontecendo? Mil cenários horríveis passam pela minha mente, cada um pior que o anterior. Será que ele está em perigo? Será que alguém descobriu algo sobre ele? Tento falar, perguntar o que o atormenta, mas antes que eu consiga, ele me puxa pelo braço, sem dizer uma palavra, guiando-me por um caminho escuro e estreito que leva às escadas de serviço.

— Henry, o que está acontecendo? — minha voz sai mais alta do que eu pretendia, traindo o meu nervosismo.

— Fique quieta, Catherine — ele sussurra, o rosto tenso, os olhos sempre atentos aos arredores. — Se nos ouvirem, estaremos perdidos.

A apreensão cresce dentro de mim, e sinto um calafrio correr pela minha espinha. Ele parece diferente, como se estivesse lutando contra algo maior, algo que não consigo compreender. Tento acompanhar seus passos rápidos, mas a força com que ele me guia quase me faz tropeçar. Minha respiração está pesada, e meu coração, um tambor descontrolado no peito, mas não tenho escolha senão segui-lo.

— Para onde estamos indo? — pergunto, minha voz trêmula, quase suprimida pelo medo crescente.

Henry não responde. Ele apenas aperta o passo, me arrastando pelo corredor escuro até encontrar uma sala vazia. A porta range quando ele a empurra, e o interior está mal iluminado, apenas alguns candelabros espalham uma luz fraca e vacilante, criando sombras ameaçadoras nas paredes. O ar está pesado, tenso, quase sufocante, e um arrepio percorre todo o meu corpo.

Assim que entramos, Henry fecha a porta atrás de nós, o som ecoando pelo espaço como uma sentença. Ele me solta finalmente, e por um segundo, respiro aliviada, mas meu coração continua acelerado. O que está acontecendo?

— Henry, o que há de errado? — pergunto, a voz fraca, sentindo meu corpo estremecer.

Mas ao invés de responder, ele se aproxima de mim, seus passos lentos e calculados, seus olhos fixos nos meus. Há algo errado nele, algo que não reconheço. Dou um passo para trás, instintivamente, meu corpo reagindo ao perigo que sinto. Ele continua se aproximando, e meu coração bate ainda mais forte, cada batida ecoando em meus ouvidos como um aviso de que algo terrível está prestes a acontecer.

— Henry, o que você está fazendo? — minha voz falha enquanto dou outro passo para trás, até sentir minhas costas tocarem a parede fria atrás de mim.

Ele me encurrala, sem me deixar saída. Sinto meu corpo tremer, minhas mãos suam frio, e uma onda de pânico começa a crescer dentro de mim. A sala parece encolher, e o ar fica mais denso a cada segundo. Henry levanta a mão e, de repente, sua palma toca o meu rosto de um jeito estranho, quase possessivo. O toque faz meu estômago se revirar, e um nojo cresce dentro de mim. Sinto vontade de vomitar.

— Henry, pare com isso! — protesto, tentando empurrá-lo, mas ele é mais forte. Sua presença me prende no lugar.

— Catherine — ele diz, sua voz baixa e intensa. — Frederick está te forçando a ficar com ele, não está?

Fico atônita. Como ele pode pensar isso? Tento me soltar, empurrando seu peito com força, mas ele me segura, mantendo-me no lugar, seus olhos fixos nos meus com uma intensidade que me assusta.

— Claro que não! — respondo, minha voz tremendo. — Eu estou com Frederick por minha própria vontade! Eu o amo, Henry!

— Eu posso te salvar dele... — ele murmura, ignorando minhas palavras, enquanto sua mão desliza pelo meu rosto de um jeito que me faz estremecer de pavor.

Desvio o rosto, sentindo o desespero tomar conta de mim.

— Você está louco! — exclamo, tentando me afastar. — Saia daqui! Isso precisa parar agora!

Mas ele não me escuta. Ao invés disso, Henry se aproxima ainda mais, o corpo dele quase colado ao meu. Sua voz se torna mais intensa, quase desesperada.

— Eu preciso te dizer uma coisa, Catherine — ele sussurra, seus olhos escurecendo enquanto fala. — Eu te amo. Sempre te amei. Eu te conheci primeiro, antes dele, antes de tudo isso. Você deveria ser minha.

Minhas pernas tremem. Meu corpo inteiro se contorce de pavor, e a ideia de Henry me tocando me enche de repulsa. Tento afastá-lo, mas ele me prende contra a parede, suas mãos segurando meu rosto, forçando-me a encará-lo.

— Henry, você está delirando! — minha voz sai cortante. — Eu sou casada com Frederick, estou esperando um filho dele. Eu nunca vou amar outro homem. Você e eu somos só amigos, sempre fomos!

Os olhos de Henry se acendem de raiva, uma chama perigosa que me faz gelar por dentro. Ele aperta meu queixo com força, me fazendo olhar diretamente para ele.

— O que você viu nele? — ele rosna, a voz cheia de ciúme e amargura. — O que te fez escolher ele ao invés de mim?

As lágrimas brotam em meus olhos, mas eu mantenho minha voz firme, mesmo tremendo de medo.

— Eu o amo, Henry. Frederick é o homem que eu amo, e ele é o pai do filho que eu estou esperando. Você precisa parar com isso agora, por favor...

Mas ao invés de ouvir, ele me prensa ainda mais contra a parede, seu corpo dominado por uma raiva irracional. Sinto o pânico me sufocar, o medo crescendo a cada segundo. Os olhos dele estão selvagens, e por um momento, penso que ele está realmente fora de si.

— Você vai me amar com o tempo também, Catherine — ele sussurra, sua voz agora baixa e carregada de possessão. — Só precisa de tempo e esforço. Eu posso te fazer feliz, te dar tudo o que ele não pode.

— Não! — exclamo, tentando me libertar. — Eu não te amo! Nunca te amei assim! Henry, me solte!

Mas ele ignora meus protestos. Sua mão desce pelo meu braço, enquanto seus lábios se aproximam perigosamente dos meus. Eu vejo a loucura em seus olhos, a fúria de quem acredita que me possui. O pavor toma conta de mim, e quando ele tenta me beijar à força, meu corpo reage sem pensar. Eu giro o rosto no último segundo e, com toda a força que me resta, levanto o joelho e o acerto direto no meio das pernas.

Henry solta um grito de dor, suas mãos afrouxando o aperto enquanto ele se contorce. Aproveito o momento e corro, meu coração disparado, as lágrimas ardendo em meus olhos. Corro o mais rápido que consigo, sem olhar para trás, sentindo o pânico me consumir. Minhas pernas tremem, e minha respiração está acelerada, mas tudo o que importa é sair dali. O corredor parece se estender à minha frente, interminável. Corro, corro como se minha vida dependesse disso. E ela realmente depende...


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