Capítulo Dezesseis

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"A vida, em si, não é nada, mas nos cabe dar-lhe sentido, e o valor da vida não é outra coisa senão este sentido que escolhemos" -Jean-Paul Sartre

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"A vida, em si, não é nada, mas nos cabe dar-lhe sentido, e o valor da vida não é outra coisa senão este sentido que escolhemos" -Jean-Paul Sartre


|Príncipe Frederick|

Estar com Catherine Bourbon, filha de Louis Bourbon, rei de Valois, causa um misto de sentimentos confusos e conflitantes que brigam dentro do meu peito. A cada passo que dou em direção ao meu quarto, mais eu sinto o cheiro dela, o perfume de rosas, ervas e algo mais que não sei identificar, que se impregna tanto em meu nariz quanto em minhas roupas. Meu coração bate mais forte.

Meu peito dói enquanto a distância entre os aposentos reais, e nós dois, diminui a cada minuto. Há uma tempestade se formando em minha mente nebulosa. E se... E se as circunstâncias fossem diferentes nesse exato momento? E se todas as coisas ruins não tivessem acontecido conosco, com o reino de Navarra? E se não tivesse ocorrido uma separação tão abrupta como a que houve entre mim e Cath? Nós ainda poderíamos ter tido uma chance? Teríamos a oportunidade de tentar pelo menos?

Bom, essas são respostas que eu nunca irei descobrir, afinal de contas, tudo já está arruinado para nós. Os eventos que nos separa são maiores do que qualquer sentimento que poderia existir em um futuro hipotético. Então, agora é tarde demais para pensar nessas coisas. É o que concluo, com um menear de cabeça em negativa, e entro abruptamente em meu quarto, logo após o guarda de serviço abrir as portas duplas para mim. 

Apesar de não esboçar nenhuma reação externa em seu rosto, sempre impassível e sério, imagino o que deve estar se passando na cabeça do soldado ao ver o príncipe herdeiro carregando uma mulher desfalecida nos braços, para dentro do quarto de um homem. O ato é totalmente indecoroso e nunca visto antes por ele. Contudo, o homem sequer abre a boca para questionar algo a respeito ou para tentar me impedir. E isso me faz pensar que tipo de instrução os guardas deste castelo receberam para fazer a proteção das pessoas desse lugar. 

Contudo, como esse não é o momento ideal para ficar conjecturando sobre outros assunto de menor importância por hora, eu deixo o tema de lado e foco naquilo que realmente necessita da minha atenção nesse instante. Catherine é minha prioridade agora. E com esse pensamento em mente, eu a deposito com o maior cuidado sobre minha cama, e o contraste de sua pele pálida e fria contra os tons escuros dos meus lençóis, me provocam um arrepio de alto a baixo na coluna. 

Cath parece tão mal nesse momento, tão frágil, sem vida, e sem o calor que costumava irradiar pelos poros a qualquer encontro. E eu não gosto de vê-la desse modo. Este é um cenário completamente errado, estranho, incomum e que me incomoda bastante. Dessa forma, ponderando sobre o que fazer para amenizar a situação e tentar ajudá-la a voltar reagir, eu puxo a mulher a minha frente, com as mãos espalmadas em suas costas e a trago para dentro do casulo que meus braços formam ao seu redor, e a abraço. Eu a aconchego apertada contra meu peito.

A Sombra do Passado [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora