003. INFORMAÇÕES.

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Lorena Viana

O interfone tocou às 7 horas da manhã, levantei cambeleando pela casa, até trombando em alguns móveis.

– SURPRESAAAAA. — Helena grita na minha cara assim que eu abro a porta. – Vim tomar café com você.

Ela passa toda animada pela minha porta com uma cesta de café da manhã nas mãos.

– Véi, quem que acorda 7 da manhã pra ir na casa dos outros? — ela sorri pra mim e se aproxima.

Helena me abraça, me aperta, me cheira, fiquei até sem ar.

– Que saudades de você cachorra. — me levanta pela cintura. – Cara, nem acredito que a gente vai morar na mesma cidade agora.

– Nem eu. — aperto ela de volta. – Senti tanto a sua falta, você me abandonou naquele fim de mundo.

– Oh, não fala assim do meu nordeste. — a gente se olha e ri. – Mulher, que casa linda hein?

Dá um giro devagar, enquanto vou até a mesa fuçar a cesta de café que ela trouxe. Um clarão atravessa a sala quando Helena abre as cortinas da varanda.

– Meu deus, tem até varanda. — dou risada com o fato de Helena está encatada com meu cantinho sendo que onde ela mora é praticamente um palácio de tão grande.

Helena é minha melhor amiga de anos, nossos pais eram amigos e essa amizade seguiu com nós duas. Fomos criadas juntas, e sabíamos praticamente tudo uma dá outra até ela se mudar pra São Paulo aos 14 anos, e como eu falei lá atrás, me deixando sozinha no meio do nosso grupinho de malucos.

– Acho melhor deixar essa varanda bem quieta aí. — falo quando vejo ela se escorar na barra de ferro que cerca a varanda.

– Por que? — abro a boca pra responder e ela me interrompe. – Ah não, não, deixa eu adivinhar. Você já arrumou briga com vizinho?

Não respondi, só dei risada.

– Ôxe, com menos de um dia Lorena?

– Ah bão, com menos de um dia eu já perdi minha mala, passei vergonha no elevador, passei vergonha na varanda. — ela da risada. – Eu nasci pra passar vergonha.

– Ai que exagero. — revira os olhos. – Pelo menos aqui você vai arrumar um macho pra tirar essa sua seca de pau. — anda até mim e se senta na mesa onde eu já coloquei o café.

– Eu tô com tanta cara de quem não fode assim? — ela acenti com a cabeça enquanto ri. – Porque Lara também me mandou arrumar um boyzinho daqui.

– Você já encontrou com essa menina antes de me ver? — dá um gole no suco. – Bacana, tá lindo essa amizade de vocês.

– Não começa Helena, são 7 da matina, muito cedo pra ter ciúmes.

– Não tô com ciúmes. — dá de ombros. – Só quero que vocês se fodam. Enfia uma no cu da outra assim oh. — faz um gesto com às mãos.

– Para com isso que Lara é um amor de pessoa, super incrível. — ela revira os olhos e eu vou até ela rindo.  – Até desse seu ciúmes eu senti saudade. — abraço seu pescoço.

– Tá me enforcando Lorena.

– Eu vou te apertar inteira. — aperto ela o dobro.

– Me solta véi, você sabe que eu odeio toque físico. — sacode tentando fugir de mim.

– Oxê gente, chegou aqui quase me amassando inteira.

𝐏𝐈𝐋𝐀𝐍𝐓𝐑𝐀 - 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀.Onde histórias criam vida. Descubra agora