𝐏𝐈𝐋𝐀𝐍𝐓𝐑𝐀 - 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀.

026. DOSE DUPLA.

📍 FORMATURA DA

HELENA

Lorena Viana

Top cinco coisas que eu mais odeio:
1. Falsidade.
2. Que mexam nas minhas coisas.
3. Gente aparecida.
4. Políticos.
5. Chegar sozinha em lugares lotados.

Sério, que sensação péssima. Tem adolescentes pra todo lado. Aliás, jovem adultos, porque a maioria aqui tem mais de vinte anos.

Uma muvuca de pessoas na porta, que eu até preciso me espremer entre elas pra conseguir entrar. Acho que nunca falei tanto "licença", igual já falei hoje.

E quando eu finalmente consigo entrar, admiro a decoração dentro do salão de festa. Em tons dourados e branco, parece festa de debutante.

– Caraca, gastaram uma grana fazendo isso aqui hein. — dou um giro com a cabeça pra olhar o lustre enorme no teto.

– É porque você ainda não viu a mesa de comida. — dou um pulinho de susto.

– Ué, mas você... você... — gaguejo.

– Você tá muito assustada pra quem me mandava mensagem falando que sentia minha falta. — o sorrisinho que o urugaio dá no fim da frase me desmonta.

– Pensei que você tivesse um compromisso no Uruguai senhor Arrascaeta. — semi cerro os olhos pra ele.

– E eu tenho. — dá um passo em minha direção. – Mas hoje é a formatura de uma prima minha, e eu quis vim aqui. — joga a cabeça um pouco pro lado enquanto fala. – Mas e você, veio fazer o que aqui?

– É a formatura da minha melhor amiga, vim só fazer companhia. — balanço meu corpo sobre os calcanhares.

– Veio sozinha? — da mais um passo em minha direção, o perfume amadeirado dele entra com vontade nas minhas narinas. E observando mais de perto consigo ver uma correntinha dourada no seu pescoço.

Ah, essa correntinha batendo no rosto....

– Vim. — engoli seco.

– E vai embora sozinha também? — aperta os olhos.

– Vai depender do convite, uruguaio. — arqueio as sobrancelhas, deixando um sorriso escapar.

– Bem, então que tal a gente fazer um acordo? Eu te convido pra ir embora comigo. — ele sorri de lado.

– Proposta tentadora. — dou uma risada.

– Prometo que vai ser uma noite inesquecível. — a correntinha dourada balança enquanto ele fala, e eu sinto que esse convite pode levar a lugares interessantes. – Assim como a primeira. — sussurra.

De repente esquentou aqui, né!? Parece que o lugar até diminuiu.

O convite dele e a promessa de uma noite inesquecível tão no ar, deixando aquela sensação de expectativa rolando solta.

– Sua vagabunda, porque não me ligou avisando que chegou? — Helena me dá um tapa no braço. Olha pro cara do meu lado, me olha de novo e abre um sorriso. – Não acredito. Você veio com ele? — aponta o indicador pra ele.

– Não. — nego com a cabeça. – Vim sozinha.

– Mas por que? O que que... — Helena se embola, intercalando os olhos em mim e no Arrascaeta. – Eu achei que... Ah, deixa pra lá.

– Vou deixar vocês duas a sós. — abre um sorriso pra nós duas. – Mais tarde a gente se vê Lorena. — pisca pra mim e saí.

Demoro uns minutos pra tirar os olhos dele e olhar pra Helena que tá de boca aberta.